Expectativas

Fusão Petz e Cobasi: mercado está otimista, mas há desafios

Especialistas ouvidos pelo BP Money analisam a reação do mercado e pontuam os desafios operacionais e para aval do CADE

Petz (PETZ3)
Loja Petz (PETZ3)/ Foto: Divulgação

O mercado reagiu com entusiasmo a tão aguardada fusão entre as redes de produtos e serviços para animais de estimação Petz (PETZ3) e Cobasi. O otimismo levou as ações da Petz (PETZ) a deslancharem ao longo da tarde desta sexta-feira (19), registrando alta de 41,43% próximo às 16h06 (horário de Brasília), cotada a R$ 4,95.

Ao final do pregão desta sexta-feira (19), os papéis da Petz (PETZ3) fecharam com alta de 37,14%, cotados a R$ 4,80,

De acordo com Leandro Botelho, sócio da Ipê Avaliações, o movimento reflete a percepção dos investidores no potencial da união “com sinergias significativas, como a integração das rotas e centros de distribuição, e-commerce, abrangência geográfica das lojas e corte de despesas com redundâncias operacionais”.

Para o economista da Corano Capital, Bruno Corano, o interessante deste acordo é o fato da indústria de vendas e serviços pets ser recente, com indicadores de que continuará crescendo.

“Esse tipo de fusão sempre gera economia e otimização. A certeza que a gente tem é que as empresas juntas vão registrar uma otimização de caixa, de performance e de custos”, destaca Corano.

Ainda de acordo com o especialista, ao longo do processo será natural que ocorram demissões. “Essa é a essência das fusões e aquisições”, pontua.

Fusão: desafios operacionais e aval do CADE

Apesar das expectativas elevadas, Renato Reis, analista da Blue3 Research, reforça que nem tudo são flores e, até que se chegue ao ponto de eficiência operacional esperada, levará um tempo, principalmente por se tratarem de negócios com abrangência nacional.

“Leva tempo para ver onde haverá canibalização de lojas, onde as lojas da Petz e da Cobasi estarão, se tiverem duas lojas, terá que fechar uma e também leva tempo para saber qual fechar. Depois, mais tempo para fidelizar de novo o cliente, porque não é instantânea a conversão do cliente de uma loja para a outra. E é um período de despesas mais altas”, afirma Reis.

Para endossar a análise, Renato faz um paralelo com dois casos de fusão no setor supermercadista: do Assaí e Extra e Carrefour Brasil e BIG. Segundo ele, o processo de conversão das empresas durou, em média, dois anos e meio.

Além disso, Leandro Botelho chama atenção para o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que pode levantar questões sobre a concentração de mercado e seus impactos na competição e nos consumidores.

“Especialmente considerando a sobreposição das áreas de atuação das lojas em grandes mercados, como São Paulo”, pontua Botelho.

Uma fonte do CADE apontou ser pouco provável que um caso dessa grandeza seja aprovado sem algum tipo de restrição. As informações são do Broadcast.

A expectativa é de que o negócio gere muitas sobreposições, o que pode ser resolvido local a local. Um interlocutor no Cade observou que, se as partes já apresentarem um bom levantamento de “remédios” concorrenciais ao órgão, é possível que a análise não seja tão complexa.

O CEO da Petz, Sergio Zimerman, disse que ainda não foram feitas conversas iniciais com o órgão, mas se mostrou otimista com a avaliação e reconheceu que eventuais “remédios” podem surgir, não vendo, contudo, que eles seriam “amargos”.

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