Hurb: MP do Rio determina abertura de inquérito policial

“O Hurb é uma agência de turismo virtual que vende pacotes turísticos com preços muitíssimo abaixo de todas as outras empresas do Brasil e do mundo. Embora não seja nem mesmo uma das 10 maiores agências de viagens do Brasil, trata-se da única empresa do mundo que vende todos os seus pacotes turísticos (hotel + passagens) a um preço no mínimo três vezes mais barato que os menores preços de todos os seus concorrentes do mundo inteiro”, escreveu o advogado no pedido de abertura de inquérito.

A crise da Hurb começou com o fim da pandemia. Enquanto o turismo mundial estava em suspenso, a Hurb vendeu R$ 3 bilhões em pacotes flexíveis a preços super agressivos. Com a retomada das viagens, os preços dispararam e a empresa ficou sem recursos para honrar as viagens. A situação saiu do controle quando o fundador e CEO João Ricardo Mendes xingou um cliente e exibiu dados confidenciais num grupo aberto de WhatsApp. A crise levou a uma queda nas vendas, comprometendo ainda mais o fluxo de caixa.

Em nota enviada ao jornal, o Hurb disse “reconhecer os problemas enfrentados nos últimos meses, que afetam alguns processos da empresa”. A empresa diz ainda “que todas as questões foram mapeadas e já estão sendo sanadas por meio de diversas iniciativas que compõem um plano de ação estruturado para a regularização das atividades”.

“Em relação à solicitação do jornal O Globo, o Hurb informa que não foi notificado de qualquer ação ligada ao Ministério Público. O Hurb aproveita para reiterar o seu comprometimento com a realização das viagens adquiridas na plataforma, assim como com a devolução de valores solicitados por seus clientes. No entanto, esclarece que, por questões legais, não comenta ações ou processos em andamento. O Hurb frisa que segue prezando pela escuta ativa e cuidado com seus públicos e, por isso, está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas”, declarou a empresa na nota.

Clientes relatam dificuldades para rever estorno

Clientes do Hurb relatam que estão tendo dificuldades no estorno de valores depois do cancelamento de pacotes de viagens. A política da empresa garante que os pedidos podem ser cancelados na própria conta do cliente, e que no caso de pagamento no cartão de crédito, o prazo de devolução do dinheiro é de até 60 dias úteis. 

Consumidores contaram para a CBN que não tiveram os valores reembolsados no tempo previsto depois do pedido de cancelamento.A analista Nataly de Souza tinha um pacote individual já pago desde o ano passado, mas a data da viagem não coincidiu com as preferências que ela tinha determinado. Ela solicitou a remarcação. Sem retorno do Hurb, preferiu pedir o reembolso. A previsão era receber em março, o que não aconteceu até hoje.

‘Eles me passaram 10 dias de previsão para regularizar não tive mais nenhum tipo de retorno deles foi. Já estamos em junho e até o momento eu não recebi nada do reembolso’, disse à CBN..

As compras da ourives Stefani Maciel foram no cartão de crédito. Ela cancelou o pacote em 24 de janeiro e, até hoje sem devoluções, resolveu fazer reclamação no gov.com.

“Eles não falam nada, se você não for atrás ficar perturbando. Não adianta porque são as mesmas respostas. Eu tenho várias transcrições de conversa com eles, e todas são praticamente a mesma coisa: você está na prioridade, você está na prioridade”, afirma.

Em nota, o Hurb reconhece os problemas, ressaltou que todas as questões foram mapeadas e estão sendo resolvidas para a regularização das atividades. A devolução do valor, segundo eles pode ser integral ou parcial e o meio depende da forma de pagamento usada na compra.