O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (12) em queda, ainda com a reação de investidores ao pessimismo do Copom, que aumentou a taxa Selic nesta quarta-feira (11). O mercado também acompanha a reforma tributária e o estado de saúde do presidente.
Por volta das 10h25 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma queda de 1,34%, aos 127.851 pontos.
Por sua vez, o dólar comercial caía 0,93%, cotado a R$ 5,8989.
A Selic foi elevada para 12,25% e as expectativas são de novas altas. O Copom fez um comentário duro, indicando que as próximas reuniões devem ter apertos monetários “da mesma magnitude”, ou seja, outras duas altas de 1 p.p. A XP aumentou sua projeção para a taxa terminal de 14,25% para 15%.
A reforma tributária é outro tema que move o Ibovespa. Nesta quinta-feira (12), a sessão conjunta do Congresso foi cancelada para garantir a votação das medidas. O projeto que regulamenta a reforma foi aprovado na noite desta quarta-feira (11) pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), depois de oito horas de discussões.
Enquanto isso, Lula segue no hospital Sírio-Libanês, com previsão de alta para esta quinta-feira (12). O presidente passou por um novo procedimento para evitar mais sangramentos na cabeça, que, segundo a Presidência da República, ocorreu “sem intercorrências”. A operação realizada é considerada de baixo risco.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
A alta de 1 ponto percentual na Selic foi definida por unanimidade do Copom. A decisão e o tom duro do comunicado que a acompanhou vão ser melhor explicados com a divulgação da Ata da reunião, na terça-feira (17).
Além de elevar os juros, o BC (Banco Central) vai leiloar até US$ 4 bilhões das reservas internacionais nesta quinta-feira (12), com objetivo de conter a alta do dólar. O valor vai ser leiloado com compromisso de recompra do banco. A última intervenção do BC no câmbio ocorreu em novembro.
Também influencia o Ibovespa a alta de 0,4% nas vendas do varejo em outubro, segundo dados com ajuste sazonal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em setembro, o crescimento havia sido de 0,6%. Por sua vez, a média móvel trimestral teve uma elevação de 0,3% entre agosto e outubro.
EUA
Durante a temporada de balanços, Broadcom, conhecida por seus semicondutores, a varejista de móveis RH e a gigante do varejo Costco Wholesale estão entre as empresas que divulgarão seus resultados após o encerramento dos mercados.
Na agenda econômica, os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA são aguardados, enquanto a maioria dos mercados da Ásia-Pacífico encerrou o dia em alta.
Esse movimento foi impulsionado pelas expectativas de novos estímulos econômicos por parte da China e por especulações sobre um possível corte de juros pelo Federal Reserve, alimentando o otimismo dos investidores.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,26%
S&P 500 Futuro: -0,14%
Nasdaq Futuro: -0,16%
Bolsas asiáticas
Na China, o mercado está atento à Conferência Central de Trabalho Econômico, que ocorre ao longo de dois dias e deve definir as principais diretrizes econômicas para o próximo ano, após recentes declarações das lideranças indicando novos incentivos.
Shanghai SE (China), +0,85%
Nikkei (Japão): +1,21%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,20%
Kospi (Coreia do Sul): +1,62%
ASX 200 (Austrália): -0,28%
Bolsas europeias
Na Europa, as bolsas operam em alta, com foco voltado às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Nacional Suíço.
Entretanto, incertezas permanecem devido à possibilidade de novas tarifas comerciais dos EUA em janeiro e às crises políticas em países-chave como Alemanha e França, pilares econômicos da zona do euro.
Espera-se que o BCE reduza sua taxa de juros pela quarta vez neste ano, em resposta ao enfraquecimento da economia regional e à inflação que se aproxima da meta de 2%, conforme pesquisa da Bloomberg. O Banco Nacional Suíço também pode seguir o mesmo caminho, com previsões de corte nos custos de empréstimos.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,08%
DAX (Alemanha): +0,11%
CAC 40 (França): +0,30%
FTSE MIB (Itália): +0,44%
STOXX 600: +0,03%