Política

Alckmin diz que taxa de juros atual não é razoável

Segundo Alckmin, a Selic atual atrapalha a competitividade das empresas brasileiras

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (28) que a taxa de juros atual “não é razoável”. A declaração foi feita em Goiânia (GO).

Alckmin reiterou que tem “estima” pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e que defende a autonomia da instituição, no entanto, pontuou que a Selic atual atrapalha a competitividade das empresas brasileiras. A taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

Tebet também criticou a atual taxa de juros

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), também criticou na última terça-feira (25)  a atual taxa de juros brasileira. Na visão de Tebet, o Banco Central deve cortar a taxa Selic em pelo menos 0,5% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para os dias 1 e 2 de agosto.

“Os juros a 13,75% e juros reais a 10% é o maior do mundo. Então, há alguma coisa de muito errado no Brasil. Os números não mentem”, afirmou a ex-presidenciável em entrevista à rádio “CBN”.

“Isso inviabiliza o crescimento do Brasil. Não é a máquina pública que para, o Brasil para. A indústria para. O comércio não consegue vender, contratar. A alta taxa de juros está sufocando e pode matar o Brasil por inanição. Diante deste quadro, não consigo ver outra alternativa do Copom que não abaixar os juros”, acrescentou.

Apesar do desejo de Tebet, grande parte do mercado projeta que o Copom promova uma redução mais modesta, de 0,25 ponto percentual, nos juros na reunião de agosto.

Haddad diz que “há coleção de fatores para a queda dos juros”

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), voltou a cobrar o BC (Banco Central) pela redução na taxa básica de juros no Brasil. Desde agosto do ano passado, os juros básicos da economia estão em 13,75% ao ano, no maior nível desde o início de 2017.

“Tem uma coleção de fatores para a Selic baixar”, disse Haddad na última quinta-feira (27), ao retornar de reunião no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro deu a declaração ao ser perguntado sobre a elevação da nota da dívida pública brasileira anunciada na quarta-feira (26) pela agência de classificação de risco Fitch.

A Fitch aumentou a nota da dívida pública brasileira de BB- para BB. A agência botou o país duas posições abaixo do grau de investimento, espécie de selo de bom pagador que atesta a capacidade de um país honrar os compromissos e não dar calote na dívida pública.