O ex-diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Reinaldo Le Grazie, declarou que a pressão no câmbio é causada principalmente pelo estreitamento entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA. Ele disse que esse movimento justifica a cautela da autarquia em relação aos juros.
A redução das apostas no corte da Selic (taxa básica de juros), reforçada pela ata do Copom (Comitê de Política Monetária), começou a ser observada quando o Fed (Federal Reserve), o BC dos EUA, sinalizou que o corte da sua taxa deve demorar mais do que o esperado.
“O BC é sensível a isso, pois afeta o fluxo de capitais”, disse o ex-diretor, de acordo com a “Bloomberg”. Ele atuou na instituição entre 2016 e 2019.
Agora, o mercado projeta que o próximo corte da Selic leve a taxa a 10,25% ao ano, após o Copom remover a sinalização futura de novas reduções da taxa e reforçar um tom mais “duro” e cauteloso, considerando o cenário externo, a desancoragem das expectativas de inflação e a política fiscal.
O dólar chegou a se aproximar de R$ 5,30 um mês atrás, no maior nível em mais de um ano. O movimento ocorreu após o presidente do Fed, Jerome Powell, comentar sobre a falta de progresso no controle da inflação, aliada ao receio de piora fiscal em território brasileiro.
A pressão foi reduzida desde essas falas; contudo, o real segue como a segunda pior moeda latino-americana em 2024, superando apenas o peso argentino.
BC mira “dólar digital” e planeja finalizar regulação de criptos este ano
O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (20) os próximos passos da esperada regulamentação do mercado de criptoativos no Brasil. De acordo com a instituição, o processo será dividido em três etapas, com previsão de conclusão ainda neste ano.
A primeira etapa envolverá o desenvolvimento de uma segunda consulta pública sobre as normas gerais de atuação dos players do setor, prevista para ocorrer ainda no segundo semestre deste ano.
A primeira consulta, que recebeu 240 sugestões de empresas locais e internacionais, foi encerrada em janeiro deste ano, com um forte apelo para a criação de regras de segregação patrimonial.