As projeções do mercado financeiro para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 subiram de 4,71% para 4,84%, segundo dados divulgados no relatório “Focus” pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (9).
Essa nova estimativa mantém a inflação prevista acima do teto da meta estabelecida para o ano, que é de 4,50%.
O relatório é baseado em uma pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras ao longo da última semana.
IPCA
A meta central de inflação para 2024 é de 3%, considerada cumprida caso o índice fique dentro da faixa de tolerância de 1,5% a 4,5%. Se essa meta não for atingida, o Banco Central (BC) será obrigado a elaborar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando os motivos.
As expectativas para os preços administrados, que fazem parte do IPCA, subiram ligeiramente para 2024, passando de 4,66% para 4,69%. Para 2025, a previsão se manteve estável em 4,13%, enquanto para 2026 houve uma alta de 3,80% para 3,97%. Já em 2027, a estimativa foi ajustada de 3,57% para 3,60%.
No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), as projeções para 2024 subiram de 6,18% para 6,39%.
A estimativa para 2025 avançou de 4,16% para 4,40%, enquanto para 2026 permaneceu estável em 4,0%. Para 2027, houve um ajuste para cima, de 3,80% para 3,90%.
PIB
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 registraram elevação, com a mediana das estimativas passando de 3,22% para 3,39%. Para 2025, a previsão subiu de 1,95% para 2,0%.
A expectativa para 2026 permanece estável em 2,0% por 70 semanas consecutivas, enquanto a projeção para 2027 também segue inalterada em 2,0%, mantida há 72 semanas.
Selic
Os economistas do mercado financeiro continuam projetando um aumento da taxa Selic até o final deste ano. Atualmente em 11,25% ao ano, após dois ajustes para cima, a expectativa para a taxa básica da economia subiu para 12% ao ano para o encerramento de 2024, indicando uma possível nova alta nesta semana.
Para o ano de 2025, as projeções também foram ajustadas, passando de 12,63% para 13,50% ao ano. Isso sinaliza uma expectativa de um ajuste mais significativo na taxa de juros no próximo ano, refletindo o cenário das taxas mais altas no contexto econômico brasileiro.
Câmbio
As previsões para o câmbio mostram um ajuste nas estimativas: para 2025, a mediana do dólar subiu de R$ 5,60 para R$ 5,77. Já para 2026, a estimativa passou de R$ 5,60 para R$ 5,73, enquanto a projeção para 2027 foi ajustada de R$ 5,50 para R$ 5,69.
Resultado primário
Quanto ao resultado fiscal, a estimativa para o resultado primário em 2024 permaneceu em -0,50% do PIB, enquanto para 2025 a previsão ficou em -0,70% do PIB. Para 2026, a estimativa seguiu em -0,60% do PIB, e para 2027 a projeção melhorou para -0,40%.
Dívida pública
No cenário da dívida líquida do setor público, houve mudanças significativas. Para 2024, a projeção caiu de 63,40% para 63,04% do PIB.
No entanto, a previsão para 2025 se manteve em 67% do PIB. Já para 2026 e 2027, as estimativas subiram: em 2026, de 69,80% para 70,50%; e em 2027, de 73% para 73,45% do PIB.
Balança comercial
As projeções para a balança comercial brasileira mostram ajustes nos próximos anos. Para 2024, o saldo positivo estimado foi reduzido de US$ 75 bilhões para US$ 74,15 bilhões.
Em 2025, a previsão caiu de US$ 76,02 bilhões para US$ 75,70 bilhões. No entanto, para 2026 e 2027, houve um cenário de melhora: a estimativa em 2026 subiu de US$ 78,68 bilhões para US$ 78,73 bilhões, e para 2027, passou de US$ 80,05 bilhões para US$ 80,83 bilhões.