Representantes do governo federal e dos servidores do Banco Central (BC) formalizaram, na última sexta-feira (26), um acordo abordando questões salariais e outras demandas da categoria.
Após dez meses de operação-padrão, espera-se que a assinatura do termo encerre essa situação.
O acordo, aprovado em assembleia geral da categoria no dia anterior (25), estabelece um reajuste salarial de 10,9% em janeiro de 2025 e outro de 10,9% em maio de 2026 para o último nível da carreira de especialista (analistas e técnicos).
Além disso, o governo concordou em alterar a nomenclatura de “analista” para “auditor” e ampliar de 13 para 20 níveis de carreira.
Na cerimônia de assinatura, a Secretaria de Relações de Trabalho do MGI representou o governo, enquanto membros do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) e do Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SintBacen) representaram os servidores.
A operação-padrão afetou diversas publicações do Banco Central, como o relatório Focus, normalmente divulgado às segundas-feiras, que passou a ser publicado às terças.
Além disso, as notas econômico-financeiras mensais do BC foram adiadas em vários meses consecutivos.
A agenda de inovação do BC, incluindo o Pix e o “open finance”, também sofreu impacto, com o Pix Automático adiado de abril para outubro deste ano, por exemplo.
BC: 80% dos servidores aprovaram nova proposta salarial
Em assembléia com 1500 participantes, na quarta-feira (24), 80% dos servidores do BC (Banco Central) aprovaram os reajustes salariais de até 10,9% em janeiro de 2025 e de até 10,9% em maio de 2026, propostos pelo governo.
De acordo com o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do BC), além da correção dos salários, o cargo de “analista” passa a ser denominado “auditor” e contará com mais prerrogativas funcionais.
Ainda segundo o sindicato, a assinatura do termo de acordo com o governo federal deve acontecer já nos próximos dias.
BC: 74% dos servidores rejeitam PEC que amplia autonomia
Os servidores do BC (Banco Central) rejeitaram a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que amplia a autonomia da instituição. Em assembleia deliberativa com votação eletrônica entre 26 de março e 2 de abril, 74% de 4.505 votantes foram contrários.
A PEC prevê que o BC se transforme de autarquia para empresa e, assim, deixe de fazer parte do OGU (Orçamento Geral da União). Com isso, o banco passariam a se financeira com as receitas de “senhoriagem” – pela emissão de moeda cujo monopólio é do governo.