A AGU (Advocacia-Geral da União) solicitou na última terça-feira (10) mais tempo ao STF (Supremo Tribunal Federal) para apresentar novas diretrizes de transparência para as emendas parlamentares, em um acordo que ainda precisa ser fechado com o Congresso Nacional. Esse é o segundo pedido de prorrogação.
O governo considera o tema “complexo” e, de acordo com membros do Executivo, mantém um diálogo constante com o STF devido às dificuldades nas negociações.
A tendência é que o acordo resulte em um projeto de lei complementar, que será enviado pelo governo ao Parlamento.
Além disso, o relatório do senador Confúcio Moura (MDB-RO) sobre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025 deverá incluir definições de regras de transparência e rastreabilidade para todas as modalidades de emendas.
Exigências do STF em debate no Senado
Na última segunda-feira (9), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reuniu-se com parlamentares para discutir alternativas que possam atender às exigências de transparência solicitadas pelo STF.
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) acredita que muitas dessas exigências podem ser incorporadas em seu relatório sobre a LDO, mas ressalta que o governo também deve apresentar um projeto nos próximos dias.
“Vamos aproveitar a LDO e incluir as adaptações para as emendas. Vou detalhar na LDO as regras para as chamadas ‘emendas PIX’, de transferência direta. Além disso, o governo enviará um projeto estabelecendo condutas que devem ser seguidas no Orçamento, que deverá tramitar nas próximas reuniões”, disse Confúcio ao GLOBO.
Entre as mudanças propostas, Confúcio quer incluir no relatório a exigência de transparência na definição de qual ação orçamentária cada emenda PIX irá contemplar, algo que atualmente não acontece.
Para as emendas de bancada, ele pretende estabelecer que a autoria individual seja divulgada, cabendo aos líderes partidários essa definição, uma prática que hoje é omitida.
Em relação às emendas de comissão, que não são obrigatórias e não possuem regras específicas na Constituição, o senador defende que a destinação desses recursos seja votada pela comissão de forma transparente, ao invés da atual votação simbólica.
No fim de agosto, líderes do Congresso, ministros do governo e membros do STF chegaram a um acordo para tentar resolver o impasse em torno das emendas parlamentares.
O entendimento, após uma reunião na sede do Supremo, previa a manutenção do modelo atual utilizado por deputados e senadores para alocar recursos às suas bases eleitorais, mas com novas regras de transparência e critérios mais rigorosos.
Entretanto, as decisões do ministro Flávio Dino, do STF, que suspenderam a execução dessas verbas, continuam em vigor até que o Legislativo implemente os novos termos acordados.