Política

"Faraó dos Bitcoins" é processado pela CVM

A CVM afirmou ter juntado elementos suficientes para acusar o "Faraó dos Bitcoins" por operações fraudulentas

Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “faraó dos Bitcoins”, está sendo processado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O órgão relatou ter juntado elementos suficientes para acusar Santos por operações fraudulentas e irregularidades no mercado de capitais brasileiro.

De acordo com o jornal “O Globo”, a CVM teve acesso às provas da Operação Kryptos, que prendeu o empresário em 2021. De acordo com o Ministério Público Federal, o “faraó dos Bitcoins” movimentou mais de R$ 38 bilhões a partir de negócios envolvendo criptoativos. 

Durante a Operação Kryptos, os agentes da Polícia Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.

Apesar de receber denúncias desde 2019, a CVM entendia que, mesmo que existissem indícios de pirâmide financeira, o caso do “faraó dos Bitcoins” não dizia respeito a valores mobiliários. Assim, o órgão não teria bases legais para acusar os envolvidos na esfera administrativa.

“Faraó do Bitcoin”: TRE do Rio barra candidatura a deputado

Na segunda-feira (12), o empresário Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “faraó do Bitcoins”, teve sua candidatura a deputado federal barrada, por unanimidade, pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral).

O colegiado de desembargadores decidiu que ele deveria ficar inelegível por constar como sócio em empresas denunciadas por crimes contra o sistema financeiro nacional. O Faraó do Bitcoin ficou conhecido após ser acusado de aplicar um golpe bilionário em investidores do Rio de Janeiro.

O TRE reafirmou o entendimento da Procuradoria Regional Eleitoral, que havia pedido a cassação do registro. Ainda cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Relator do processo, o desembargador Luiz Paulo Araujo afirmou que a Justiça Eleitoral deve levar em conta “vida pregressa dos candidatos” na hora de analisar os pedidos de candidatura.

“O legislador ordinário não apenas prestigiou a vontade popular soberana, ele também deu concretude aos cânones constitucionais da moralidade e da ética”, disse, segundo o Infomoney.

O empresário cumpre prisão preventiva há mais de um ano, pela suspeita de operar um esquema fraudulento com criptomoedas iniciado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio, por meio de sua empresa Gas Consultoria.

Sua esposa, Mirelis Zarpa, e mais 15 pessoas são acusadas de participar da fraude. Mirelis segue foragida da Justiça. Segundo a Polícia Federal, o esquema movimentou cerca de R$ 40 bilhões em 10 anos.

No registro de sua candidatura pelo partido Democracia Cristã (DC), o “faraó dos Bitcoins” declarou patrimônio de R$ 60 milhões.