Política

Haddad diz que economia sofre com juro real de mais de 10%

Haddad disse que a economia sofre com o alto patamar de juros no país

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu mais uma vez um início mais intenso do ciclo de cortes dos juros pelo Banco Central. Ao comentar sobre a elevação da nota de crédito soberano do Brasil pela agência de classificação de risco DBRS Morningstar, Haddad disse que o trabalho do governo tem sido reconhecido, mas que a economia sofre com o alto patamar de juros no país.

“Penso que, às vésperas de uma semana importante, que é a primeira reunião do semestre do Copom, o mundo inteiro compreendeu que está acontecendo coisa boa no Brasil e que o rumo dado na direção da agenda econômica vai ao encontro do que o Brasil precisa”, afirmou Haddad na última sexta-feira (28).

“Saíram dados do desemprego hoje, que está em queda. Mas não devemos nos iludir com isso. Apesar da taxa estar abaixo da média para este mês, a economia está sofrendo processo de desaceleração por conta do juro real na casa de 10%, que é mais que o dobro do que paga o país depois do Brasil”, acrescentou.

Segundo o petista, há espaço para “um início de cortes razoável”. Questionado se tem um número na cabeça, Haddad pontuou que a decisão é da autoridade monetária, mas também reiterou: “Se nós quisermos atingir patamar de juro neutro, teremos que cortar 5 pontos percentuais, o que dá dez Copons de 0,5 ponto. Dez Copons é quase o final do mandato do atual presidente do BC, que tem 12 Copons. Então dá para ficar muito à vontade e ainda chegará acima daquilo que seria considerado juro neutro pelo próprio BC”.

Haddad minimiza reações sobre Pochmann no IBGE

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (28) que está achando exageradas as reações à indicação do economista Márcio Pochmann para a presidência do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Sinceramente, eu penso que está um pouco exagerada a reação. É um professor universitário, em uma universidade pública, uma das melhores do País. Pode-se discordar da pessoa, não tem problema nenhum, mas dentro de uma democracia a gente convive com pessoas que pensam diferente no Congresso, na Câmara, no Judiciário e no Executivo também”, disse Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, o governo é amplo e conta com pessoas com pensamentos diversos. “Eu tenho certeza de que vai dar muito certo. O Marcio é uma pessoa muito educada e vai interagir muito bem com a ministra Simone Tebet. Eu não tenho a menor dúvida disso. É uma pessoa muito cordial e não vejo razão para esse tipo de posicionamento agressivo”, pontuou.

“Por que essa agressividade? Olha o governo Bolsonaro; era de arrepiar os cabelos e ninguém falava nada! É um professor da Unicamp. Está exagerado e isso não é bom para o Brasil”, acrescentou Haddad ao defender Pochmann.