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Após os anúncios de tarifas de importação a produtos estrangeiros nos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a postura do governo de Donald Trump e afirmou, nesta segunda-feira (17), que apesar de não ter histórico de conflitos internacionais, o Brasil não aceitará imposições externas. “Não vamos aceitar desaforo”, declarou.
Lula apontou que os EUA romperam com a tradição de defender o livre comércio e a democracia. Em sua avaliação, o país adotou uma postura agressiva no cenário internacional. O petista deu as declarações durante um evento da Petrobras (PETR4), em Angra dos Reis (RJ).
“E aí fico pensando: cadê a democracia? Cadê o respeito ao livre trânsito do ser humano? Se você tem livre trânsito do capital, cadê o livre comércio que foi tão apregoado? E aí começam a ameaçar o mundo. Todo dia tem uma ameaça, todo dia tem uma coisa”, questionou o presidente.
O governo também abandonou o abandono dos princípios do Consenso de Washington — conjunto de diretrizes econômicas defendidas nos anos 1980 por líderes como Ronald Reagan e Margaret Thatcher – conforme crítica do presidente.
“A ideia era abrir mercados, eliminar barreiras comerciais e facilitar trocas. Agora, vemos um movimento contrário, com mais protecionismo e ameaças”, disse Lula.
A fala do petista ocorre em meio a tensões comerciais globais e possíveis mudanças na política externa americana sob Trump.
Lula defende venda direta de combustíveis pela Petrobras (PETR4)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu, nesta segunda-feira (17), que a Petrobras (PETR4) venda gasolina, diesel e gás diretamente a grandes consumidores para reduzir os preços ao consumidor final. Atualmente, a comercialização desses combustíveis passa por distribuidoras, que os revendem aos postos antes de chegar ao cliente.
“A Petrobras tem que tomar uma atitude. Precisamos vender diesel diretamente para os grandes consumidores, se puderem comprar direto, para baratear o preço. Se pudermos vender gasolina e gás direto também… O povo, no fundo, é assaltado pelo intermediário, e a fama fica com o governo”, disse Lula durante um evento da estatal no Terminal da Baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), como apurou a Exame.
Segundo o presidente, há uma distorção entre o preço de saída da Petrobras e o valor pago pelo consumidor. “A gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e chega na bomba a mais de R$ 6,49, ou seja, é vendida pelo dobro”, afirmou.
A mesma observação foi feita sobre o diesel e o gás de cozinha, mencionando que um botijão de 13 kg custa R$ 35 na refinaria, mas pode chegar a R$ 140 para o consumidor.
Lula também voltou a criticar a privatização da BR Distribuidora, atualmente chamada de Vibra, destacando que a estatal perdeu o controle sobre a logística de distribuição.