Inflação

Lula considera tomar 'medidas drásticas' contra alta dos alimentos

Nesta quinta-feira (6), o governo anunciou que vai zerar impostos de importação de itens como café, açúcar e carnes

Lula
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Ricardo Stucker/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai tomar atitudes mais drásticas caso não encontre uma “solução pacífica” para conter a alta nos preços dos alimentos. As declarações ocorreram nesta sexta-feira (7), em um evento de anúncio de novas entregas do programa Terra da Gente, em Campo Novo (MG).

Nesta quinta-feira (6), o governo anunciou que vai zerar impostos de importação de itens como café, açúcar e carnes, além de estabelecer incentivos para a produção de itens da cesta básica no próximo Plano Safra. O governo federal também está pedindo para que governos estaduais zerem o ICMS para produtos de alimentação básica.

“Estamos tentando encontrar uma solução pacífica (…) Se não encontrar, vamos ter que tomar atitudes mais drásticas porque o que interessa é gerar comida barata na mesa da população”, disse Lula, sem dar detalhes sobre quais seriam essas medidas.

Com a alta nos preços, o governo considerou, inclusive, taxar exportações agrícolas, o que gerou repercussão negativa no setor do agronegócio. O presidente mencionou os embarques em seu discurso, questionando se as exportações não teria impacto direto na inflação dos alimentos no país.

Lula também citou o preço do ovo e da proteína animal, defendendo o lucro do produtor rural contra os acréscimos de “atravessadores” entre os agricultores e pecuaristas e o consumidor. “Vamos descobrir quem é o responsável por isso”, afirmou.

Governo Lula calcula renúncia de R$ 25 bi para isentar IR até R$ 5 mil

A estimativa de impacto fiscal para a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para quem ganha até R$ 5 mil foi revisada pelo Ministério da Fazenda, segundo apuração da Folha de S.Paulo publicada nesta sexta-feira (7). O governo projetou, inicialmente, uma renúncia de R$ 35 bilhões, mas agora o cálculo indica recuo para R$ 25 bilhões, conforme disseram fontes do jornal.

A equipe econômica do governo estava empenhada em reduzir o impacto da medida sem comprometer a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com isso, a correção dos cálculos ocorreu após um ajuste interno na equipe.

O plano do governo é manter a proposta de criar um imposto mínimo de 10% para contribuintes com renda superior a R$ 50 mil mensais, incluindo lucros e dividendos, como forma de compensar a perda de arrecadação com a isenção do IR. 

Mesmo que a faixa mais alta do IRPF chegue a 27,5%, os contribuintes mais ricos costumam pagar efetivamente bem menos – segundo o governo, grande parte das vezes menos de 10%.