Plano de golpe

Lula sobre plano de matá-lo: “tenho que agradecer porque estou vivo”

O presidente Lula aproveitou também para defender a “civilidade” na política, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante segundo dia da Cúpula do G20, no MAM, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante segundo dia da Cúpula do G20, no MAM, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Pela primeira vez desde as revelações da PF (Polícia Federal) de que teria havido um plano para assassiná-lo no fim do ano passado,  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou publicamente sobre o assunto. O mandatário usou até mesmo um tom descontraído.

“Eu sou um cara que tenho que agradecer agora, muito mais, porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e Alckmin não deu certo e nós estamos aqui”, afirmou o presidente Lula durante discurso em evento para oficializar o as “consessões inteligentes”, o Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária.

O presidente aproveitou também para defender a “civilidade” na política, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pela PF pela suposta participação na tentativa de golpe de Estado.

“Quando nós disputamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade, à civilidade democrática, em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível”, afirmou. 

“De forma civilizada, você perde e você ganha […] Queria chamar atenção para este momento histórico que estamos vivendo. É este país, sem perseguição, sem o estímulo do ódio e da desavença, que a gente precisa construir”, prosseguiu Lula, segundo o “InfoMoney”.

“Eu não quero envenenar ninguém. Não quero nem perseguir ninguém. Só quero que, quando terminar o meu mandato, a gente desmoralize aqueles que governaram antes de nós”, concluiu o presidente. 

No início desta semana, a PF tornou pública uma investigação sobre um grupo criminoso que tinha o objetivo de impedir a posse de Lula. Esses supostos golpistas teriam articulado ainda um plano para assassinar o petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ex-secretário de Bolsonaro é preso por suspeita de plano para matar Lula

ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro, Mario Fernandes, foi preso nesta terça-feira (19) em uma operação da Polícia Federal que investiga planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Fontes com conhecimento da apuração disseram à Reuters que o plano visava impedir a posse do governo eleito em 2022. Além de Fernandes, o policial federal Wladimir Matos Soares e quatro militares das forças especiais do Exército, conhecidos como kids pretos, também foram presos, disseram as fontes.

O plano de execução das autoridades foi encontrado com o ex-secretário de Bolsonaro, afirmou uma das fontes. De acordo com nota da PF, a organização criminosa utilizou elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.

“Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos”, disse a PF em nota.

General da reserva Mario Fernandes ocupou a segunda posição na hierarquia da Secretaria-Geral da Presidência e, atualmente, é assessor do deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

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