Ex-ministro preso

Proximidade entre Bolsonaro e Braga Netto é destaque no exterior

Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso pela PF neste sábado (14)

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A prisão do general da reserva Walter Souza Braga Netto pela PF (Polícia Federal) por suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil foi repercutida pela imprensa internacional, que destacou a proximidade do ex-ministro da Defesa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O general foi candidato a vice-presidente de Bolsonaro na chapa derrotada nas eleições de 2022. O jornal britânico “The Guardian” descreveu Braga Netto como  “um dos aliados mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro”.

Na mesma linha, a “Bloomberg”, uma agência de notícias, escreveu que uma “aliado próximo” do ex-presidente foi preso, por conta de “seu papel em uma suposta conspiração para anular a eleição de 2022”.

Enquanto isso, para a “Associated Press”, Braga Netto foi um “ex-membro do gabinete do presidente Jair Bolsonaro e seu companheiro de chapa em 2022”. 

Já a agência “Reuters” relembrou que o ex-ministro “foi chefe de gabinete do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi seu companheiro de chapa na tentativa frustrada de reeleição em 2022”.

Na Argentina, o jornal “Clarín” a repercussão também foi similar, apontando que Braga Netto enquanto general aposentado foi “ministro da Casa Civil e da Defesa do ex-presidente ultradireitista Jair Bolsonaro”.

Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio” de atos golpistas, diz PF

O relatório da PF (Polícia Federal) sobre o inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022, que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, tornou público nesta terça-feira (26), indicou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “planejou, atuou e teve o domínio” das ações do grupo criminoso que pretendia impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e abolir o regime democrático no País.

Bolsonaro e outros 36 investigados foram indiciados pela PF por envolvimento na suposta tentativa de golpe, na quinta-feira (21). 

Bolsonaro e os demais foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. 

A lista inclui os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, que também fez parte da chapa eleitoral do ex-presidente em 2022, como candidato a vice-presidente.

Além disso, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido de Bolsonaro, também estão entre os 37 indiciados.