Dilema sobre dividendos

Petrobras (PETR4) pode reavaliar sobre dividendos extraordinários

Alexandre Silveira, do Ministério de Minas e Energia, disse que Conselho avaliará "momento oportuno"; Haddad afirma que evolução dos investimentos será analisada antes da decisão

Petrobras (PETR4)
Petrobras (PETR4) / Foto: Divulgação

O conselho de administração da Petrobrás (PETR4) pode reavaliar a retenção dos dividendos extraordinários e distribuí-los em “momento oportuno”, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Silveira chamou atenção para o dinamismo em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários e ressaltou que o lucro líquido da empresa foi para conta de contingência com o intuito de ser distribuído no momento adequado.

Evolução de investimentos da Petrobrás (PETR4) será avaliada, diz Haddad

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, disse que a evolução dos investimentos da Petrobrás será avaliada antes da decisão sobre a distribuição dos recursos. 

O líder da pasta destacou ainda que várias empresas tiveram dividendos superiores ao esperado, por isso o valor que consta no Orçamento já será superado, mesmo sem os dividendos extraordinários da Petrobras.

“No orçamento da União, constam dividendos ordinários. A Fazenda não fez orçamento (de 2024) contando com dividendos extraordinários”, disse Haddad após reunião no Palácio do Planalto. “Se vierem, melhorarão o orçamento; mas não estamos contando com isso”, completou o ministro.

União perdeu até R$ 12 bi com dividendos

A Petrobras (PETR4) enfrenta um dilema quanto a distribuição de seus dividendos extraordinários. Conforme apontou uma fonte da equipe econômica ao Valor Econômico, nesta segunda-feira (11), a arrecadação primária do governo federal aumentaria entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões com os dividendos da empresa

Os dividendos extraordinários da Petrobras são referentes ao quarto trimestre de 2023. A polêmica em torno da distribuição começou quando o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou que eles deveriam ser cautelosos com o pagamento. 

Além disso, na quinta-feira (7), o quadro negativo se intensificou quando a petroleira anunciou uma queda de 33% no lucro anual, junto com a aprovação, pelo Conselho de Administração, do não pagamento de R$ 43 bilhões de dividendos extraordinários. O governo federal teria direito a cerca de 28% desse total.

Em um cenário hipotético, onde a Petrobras distribuísse 50% dos R$43 bilhões, desses, cerca de R$ 6 bilhões seriam destinados à União. Caso 100% dos ativos fossem distribuídos, o governo federal ficaria com R$12 bilhões.