Relatório de investigação

Americanas (AMER3) forjava contratos para mascarar resultados

Segundo o relatório, os contratos de verba de propaganda cooperada eram manipulados para inflar os resultados apresentados pela empresa

Americanas
Americanas / Foto: Reprodução

Um relatório do comitê independente que investigou a fraude na Americanas (AMER3) revelou que a empresa falsificava contratos com fornecedores para ocultar seus verdadeiros resultados. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

Segundo o relatório da investigação, os contratos de verba de propaganda cooperada, conhecidos como VPCs, eram manipulados para inflar os resultados apresentados pela empresa.

De acordo com a CNN, a investigação identificou vários contratos de VPCs que não foram pagos ou descontados dos valores negociados. Esses contratos são firmados entre o varejista e seus fornecedores para promover produtos nas lojas, ajudando a reduzir parte dos custos de compra.

O relatório aponta que havia registros de contratos vencidos desde 2016 que nunca foram pagos. Foram identificadas alegações de fornecedores de que os valores haviam sido quitados, além de casos em que os próprios fornecedores não reconheciam os montantes mencionados.

Devido à subavaliação dos custos e despesas, os resultados da empresa eram apresentados como inflacionados.

Além disso, a Americanas buscava adiar o pagamento de suas obrigações com os fornecedores. Uma das táticas utilizadas era recorrer ao crédito e antecipar os valores recebidos dos contratos legítimos.

Americanas (AMER3) oferece 10 anos de salário a delatores 

Americanas (AMER3) está oferecendo anos de salário, mensalidade escolar dos filhos e outros benefícios para dois executivos que fizeram delação no caso de fraude contábil da companhia.

Os executivos da Americanas (AMER3) são Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, de acordo com informações da Folha de São Paulo.

Além do salário e dos benefícios, o acordo também trata do pagamento dos honorários dos advogados. Os benefícios estão sendo mantidos em sigilo pela empresa, sem divulgação da ata da reunião do Conselho de Administração — que foi a responsável por aprovar o pagamento dos benefícios para os delatores.

O advogado do conselho da varejista, Celso Vilardi, disse que o montante “não foi divulgado porque, nos termos da lei, qualquer colaboração deve permanecer sigilosa até determinação em contrário do Ministério Público Federal, e os nomes dos possíveis colaboradores não poderiam ser revelados, sendo certo que as delações só foram conhecidas por ocasião da operação efetivada pela Polícia Federal”. A informação foi obtida pelo Suno.