Mesmo com o corte de 0,50 p.p (ponto percentual) na taxa de juros anunciado pelo BC (Banco Central) na véspera, economistas declararam, nesta quinta-feira (21), que mantêm a crença de que a instituição possa anunciar um novo corte de meio ponto percentual.
Entretanto, alguns analistas acreditam que o novo “guidance” eleva a probabilidade de o BC desacelerar o ritmo de flexibilização monetária.
“Num geral, faz sentido aumentar os seus graus de liberdade, dada a fase do ciclo de afrouxamento e a maior incerteza (…) Apesar da orientação futura, não esperamos uma alteração na flexibilização total ou um abrandamento do ritmo”, disseram, ao “InfoMoney”, Natacha Perez, economista para o Brasil, e David Beker, chefe de economia e estratégia para o Brasil, do Bank of America.
Eles esperam uma taxa Selic terminal de 9,50%.
“Cabe destacar que o Comitê sinalizou que o cenário-base não se alterou substancialmente, dando a entender que o atual plano de voo ainda pode ser executado”, sinalizou a equipe macroeconômica da Genial Investimentos. A expectativa é a manutenção do corte de 0,50 p.p nas próximas reuniões e uma redução final de 0,25 p.p em julho, para 9,5%.
O economista-chefe do Itaú (ITUB4), Mário Mesquita, seguiu a mesma perspectiva: “o Copom afirmou que seu cenário não mudou e manteve sua projeção de inflação para 2025. Isso sugere, pelo menos no momento, uma taxa terminal inalterada”, apontou, estimando os juros em 9,25% no final de 2024.
O BC disse, em comunicado, que em seu cenário de referência, a projeção para inflação se mantém em 3,5% para 2024 e 3,2% para 2025.
Parte dos economistas sinaliza que o contexto aponta para um ritmo mais desacelerado de cortes, o que pode levar a eventuais aumentos nas projeções das grandes empresas financeiras para a Selic.
A equipe do relatório divulgado pelo Santander (BCSA34), liderada por Ana Paula Vescovi, declarou que: “a nosso ver, a mudança na orientação aumentou a dependência de dados tanto para as futuras decisões de cortes de taxas do Copom quanto para sua orientação”.
BC do Brasil ganha título de ‘Banco Central do Ano’
O BC (Banco Central) do Brasil venceu na categoria “Banco Central do Ano” do Central Bankings Awards 2024, da Revistra Central Banking.
É a quarta vez que o BC do Brasil recebe a premiação do Central Banking. Em 2023, o BC venceu a categoria “Melhor Gestor de Reservas”, enquanto, em 2020, venceu duas categorias: gerenciamento de riscos e melhor site de banco central.
Em 2019, o Banco Central do Brasil ganhou o prêmio de Best Sandbox Initiative, com apoio ao desenvolvimento de protótipos de sandbox atendendo a regulamentos completos já de partida.