Economia

Boletim Focus: mercado volta a projetar inflação maior para 2023

As expectativas dos analistas apontam que dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5; estimativa para o PIB foi mantida em 2,92%

O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (9), que reúne as projeções de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central, trouxe uma estabilidade nas estimativas para a inflação e o crescimento econômico deste ano.

Os analistas consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram inalteradas as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023, permanecendo em 4,86%, enquanto a meta central estipulada para o ano é de 3,25%. No que se refere às estimativas para 2024, que representam o horizonte da política monetária do BC, houve uma ligeira modificação de 3,87% para 3,88%. Já as projeções para 2025 permaneceram inalteradas, mantendo-se em 3,50%.

Selic 

Os analistas continuam a manter suas projeções para a taxa de juros básica deste ano em 11,75%. As estimativas para 2024 permaneceram inalteradas, mantendo-se em 9%, enquanto as previsões para 2025 também se mantiveram estáveis, ficando em 8,5%.

PIB

No que tange as atividades econômica do Brasil, expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) apresente uma variação de 2,92% em 2023, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esteja em torno de 4,86%. 

Dólar

Segundo o relatório divulgado pela autarquia monetária federal houve uma atualização nas previsões para o câmbio neste ano, com a projeção apontando que o dólar comercial encerrará o ano cotado a R$ 5. Essa estimativa representa um acréscimo de 5 centavos em relação à semana anterior, quando era previsto em R$ 4,95, embora ainda seja inferior à cotação registrada na última sexta-feira, que chegou a R$ 5,16.

A valorização do dólar em relação ao real tem uma correlação direta com a situação econômica dos Estados Unidos. Ela reflete as preocupações sobre a estabilidade econômica nos EUA, levando os investidores a direcionarem seus recursos para títulos considerados mais seguros. Um exemplo disso são os Treasuries, que são títulos da dívida do governo dos Estados Unidos com vencimento em 10 anos e que atingiram níveis não vistos desde 2007, antes da eclosão da crise financeira global. Além disso, indicadores que sinalizam uma economia aquecida nos EUA, como os dados do mercado de trabalho, apontam para a probabilidade reduzida de o Federal Reserve (Fed) iniciar um ciclo de cortes de juros em um futuro próximo, o que impacta diretamente na cotação do dólar.