Judiciário

Dino suspende repasses de emendas parlamentares a ONGs

O ministro Flávio Dino questiona as ONGs que não foram adequaadamente transparentes sobre as verbas públicas que receberam através das emendas

Flávio Dino nega candidatura em 2026
Dino nega concorrer em 2026 / Ag. Brasil

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, suspendeu imediatamente os repasses de verbas públicas por meio de emendas parlamentares a ONGs (organizações não-governamentais) que, conforme relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), não deram a transparência adequada no recebimento desses recursos.

Metade das 26 ONGs não prestaram informações de transparência adequada, ou não divulgaram informações, segundo o relatório de uma auditoria da CGU.

“Em face dos resultados apresentados, determino: I) a suspensão imediata dos repasses às entidades que não fornecem transparência adequada ou não divulgam as informações requeridas, nos termos do Relatório da CGU, com a inscrição das referidas entidades no Cadastro de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos Impedidas (CEPIM) e no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) pelos órgãos competentes do Poder Executivo”, decidiu Dino.

O ministro determinou que a AGU (Advocacia-Geral da União) informe os ministérios sobre a suspensão dos repasses e que se cumpra a decisão em um prazo de cinco dias.

Dino deu prazo de 60 dias para que a CGU faça auditoria específica nas 13 entidades que não forneceram dados transparentes sobre os repasses, segundo o “InfoMoney”.

Além disso, ele também determinou 10 dias para que dados completos e transparentes das emendas nos endereços eletrônicos sejam apresentados por essas ONGs.

Com essa decisão, o ministro Flávio Dino marcou mais um capítulo na discussão das emendas parlamentares e a falta de transparência no repasse desses recursos.

Anteriormente, ainda na virada do ano, o ministro do STF decidiu bloquear o empenho — compromisso de pagamento — de emendas de comissão tanto da Câmara quanto do Senado após justificar que ritos não teriam sido cumpridos.

Dino rejeita alegações da Câmara sobre emendas

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, afirmou na sexta-feira (27) que a Câmara dos Deputados não apresentou as informações necessárias para o desbloqueio dos recursos. O ministro é autor da decisão que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares.

Dino reiterou seus questionamentos e críticas feitos anteriormente. O tema tem sido motivo de impasse institucional e de um embate entre Legislativo e Judiciário.

Na véspera, a Advocacia da Câmara havia enviado um documento ao STF em que afirmava ter cumprido as determinações da Corte e solicitava a liberação dos recursos.

A argumentação da Casa foi de que os parlamentares agiram de “boa-fé”, respeitando a legislação vigente e as interpelações jurídicas do Executivo. Além disso, afirmou que a aprovação das emendas ocorreu de forma transparente. As informações foram publicadas pelo “InfoMoney”.