Os golpes bancários devem alcançar a marca de R$ 2,5 bilhões em 2022, com a estimativa de que 70% desse montante esteja concentrada no Pix. A estimativa dos bancos para o fechamento deste ano, segundo o Estadão, leva em conta os dados até junho, período em que as fraudes atingiram R$ 1,7 bilhão, sendo R$ 900 milhões por meio do Pix.
Oficialmente, não há um número consolidado, mas fontes do sistema bancário afirmam que os valores podem estar subestimados, já que nem todos os golpes bancários são reportados pelos clientes.
Ao longo da pandemia e com aumento da digitalização dos consumidores, com mais transações sendo realizadas online, o cálculo é de que as fraudes tenham triplicado em dois anos.
Em levantamento feito pela Serasa Experian, em meio de 2021, mais de 330 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude, sendo que 53,3% se concentraram em contas bancárias ou em cartões de crédito.
O estudo da Serasa Expert analisa números relacionados a crimes como utilização indevida de identidade e abertura de contas e emissão de cartões sem autorização.
As fraudes financeiras são um problema global que é comparativamente mais grave no Brasil. Em um estudo de fevereiro de 2022, a gigante americana IBM revelou que 31% dos brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de golpe relacionado a cartões de crédito ao longo do ano anterior.
Em comparação, o número na Alemanha foi de 7% e nos Estados Unidos, de 18%.
Com golpes bancários, BC implementa mudanças no Pix
Em 2021, o órgão implementou diversas mudanças nas regras do Pix, com o objetivo de aumentar a segurança do sistema após o aumento expressivo de golpes, sequestros e outros crimes.
Uma dessas alterações estabeleceu que uma operação suspeita de fraude seja retida por bancos em até 72 horas. Além disso, o BC determinou o limite de mil reais para Pix e TED entre pessoas físicas à noite, entre 20h e 6h.
Outro golpe ocorreu com a fintech Superdigital, do banco Santander (SANB11), que sofreu um prejuízo de R$ 13 milhões após um golpe com Pix.
Com o aumento de golpes no Pix, o vereador Marcelo Messias (MDB-SP) voltou a defender o fim da ferramenta em São Paulo, após um levantamento da CNN mostrar o aumento de 228,4% dos golpes bancários envolvendo o meio de pagamento e transferência bancária.