IPCA sobe 0,53% em janeiro, abaixo das estimativas

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,77%

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,53% em janeiro ante dezembro, quarto mês seguido de alta, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%.

Os dados ficaram abaixo do consenso Refinitiv que previa inflação de 0,57% no mês e de 5,80% na comparação anual. Em janeiro de 2022, a variação mensal tinha sido de 0,54%.

“Apesar do indicador ter vindo um pouco melhor que as expectativas, na minha visão, isso ainda não está sendo refletido nos juros. A ponta longa da curva segue abrindo. O juro futuro com vencimento em Janeiro/2029 está sendo cotado a 13,21%, uma alta de +0,69%, e o dólar que abriu em terreno negativo hoje já opera em alta de +0,27% cotado a R$ 5,21”, destacou André Fernandes, Head de Renda Variável e sócio A7 Capital, ao BP Money. 

Maior impacto positivo no IPCA foi do grupo Alimentação e bebidas

O grupo de Alimentação e bebidas (0,59%) exerceu o maior impacto positivo sobre o índice geral, contribuindo com 0,13 ponto percentual (p.p.), com grande influência dos subitens batata-inglesa (14,14%) e cenoura (17,55%).

O grupo dos transportes (0,55%) exerceu o segundo maior impacto positivo sobre o índice geral, contribuindo com 0,11 p.p. em janeiro, com maior pressão dos combustíveis, que  registraram alta de 0,68%.

Houve desaceleração no grupo de Saúde e cuidados pessoais (de 1,60% em dezembro para 0,16% em janeiro). O gerente da pesquisa destacou que o item que mais impactou neste resultado foi o de higiene pessoal, com recuo de 1,26%. O  resultado foi explicado pela queda nos preços de perfumes e artigos de maquiagem, devido a descontos.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas Vestuário apresentou variação negativa (-0,27%). “Cabe registrar que foi a primeira queda no grupo após 23 meses seguidos de altas, com a última retração tendo sido registrada em janeiro de 2021”, disse Kislanov.

O recuo em janeiro, segundo ele, se deve ao fato de várias lojas terem aplicado descontos sobre os preços que foram praticados em dezembro, para o Natal. O fator que mais influenciou no resultado foi uma queda de 1,37% no item de roupas femininas.