"Assuntos governamentais"

Haddad se reúne com Campos Neto às vésperas de decisão do Copom

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Às vésperas da decisão do Copom, o encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, está agendado para a tarde desta quinta-feira (2), às 14 horas (horário de Brasília), no gabinete da pasta em São Paulo (SP). 

A agenda oficial da presidência do BC indica que a discussão abordará “assuntos governamentais”, embora a Fazenda não tenha fornecido detalhes específicos sobre a agenda da reunião.

O diálogo direto entre as autoridades governamentais ocorre um dia após a agência de classificação de risco Moody’s anunciar a revisão da perspectiva da nota de crédito (rating) do Brasil, alterando de “estável” para “positiva”.

Reunião do Copom e possíveis decisões de Campos Neto

Na próxima semana, Roberto Campos Neto presidirá mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC nos dias 7 e 8 de maio, onde será decidida a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.

O anúncio oficial está programado para quarta-feira (8). Atualmente, a Selic está fixada em 10,75% ao ano, após seis reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual. 

O aumento das preocupações do mercado em relação à questão fiscal no país, especialmente após o adiamento da meta de zerar o déficit primário de 2024 para 2025 pelo governo, tem influenciado uma mudança nas expectativas.

Muitos analistas apostam que o Copom reduzirá o ritmo de queda dos juros, optando por um corte de 0,25 ponto percentual.

Até o momento, Campos Neto não fez declarações públicas sobre o assunto nem deu pistas sobre qual direção poderá ser tomada.

O Fed (Federal Reserve), BC dos EUA, decidiu, na última quarta-feira (1º), manter inalterada a taxa de juros dos EUA, mantendo-a entre 5,25% e 5,5% ao ano, o nível mais alto desde 2001. 

Paralelamente à questão fiscal, o mercado está preocupado com o impasse sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores econômicos e de municípios com até 156 mil habitantes. 

Esse assunto tem gerado tensão entre o governo federal, que é contra a desoneração, e o Congresso Nacional. 

A disputa foi levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) após uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU) contestando a medida, aumentando a insatisfação entre parlamentares.