Atividade econômica

RS: impacto das enchentes no PIB deve aparecer no 2º trimestre

Os esforços empenhados para a reconstrução do RS, porém, podem gerar uma "compensação parcial" no PIB, dizem os economistas

Impacto das enchentes no Rio Grande do Sul
Impacto das enchentes no Rio Grande do Sul / Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O impacto das enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul (RS) sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve aparecer no segundo trimestre do ano, segundo avaliação de economistas consultados pelo Projeções Broadcast.

Ainda segundo os economistas, os esforços empenhados para a reconstrução do RS, porém, podem gerar uma “compensação parcial” no PIB do trimestre seguinte.

O economista Gabriel Couto afirma que, se o impacto negativo for maior, a recuperação tende também a aumentar. Ele pondera que a duração do efeito deve variar entre os setores.

“Há aqueles em que tende a ser mais rápido, como alguns segmentos dentro de serviços”, exemplifica. “O impacto mais duradouro que vemos é sobre a indústria. A perda de capacidade produtiva e a destruição do capital fixo podem comprometer o setor por um pouco mais de tempo no Estado”, disse o economista.

Diante dessa premissa, o Santander reduziu a projeção para o PIB do segundo trimestre, de crescimento de 0,3% para 0,1%, e aumentou a estimativa para o do terceiro trimestre, de 0,5% para 0,6%.

FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou a projeção do PIB brasileiro a médio prazo para 2,5%, ante uma estimativa de 2,0% em 2023.

Apesar do crescimento da projeção, a equipe reconhece que as enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul (RS) colocam desafios fiscais para o páis.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que é esperada uma retração “natural” no próximo trimestre para o PIB, impulsionada pela situação no Rio Grande do Sul.

No entanto, expressou confiança de que o cenário será revertido até o final do ano, devido aos incentivos do governo.

RS: prejuízos chegam a R$ 11 bi e perdas no agro somam R$ 3,4 bi

Segundo um levantamento parcial da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), as tempestades que ocorreram no Rio Grande do Sul (RS), desde 29 de abril, geraram prejuízo de ao menos R$ 11 bilhões, cerca de R$ 600 a mais que a leitura divulgada na sexta-feira (24).

O setor econômico com maiores perdas reportadas foi o de agropecuária, somando R$ 3,4 bilhões. Em outra linha, o setor habitual sobre perdas estimadas em R$ 4,6 bilhões.

Cerca de 109,7 mil habitações foram danificadas ou destruídas com as enchentes no RS. O setor privado relatou R$ 3,9 bilhões em prejuízo, enquanto o setor público registrou R$ 3,4 bilhões. 

Ainda no meio do agronegócio, entre os municípios que calcularam os danos, em torno de R$ 3,1 bilhões correspondem à agricultura, seguido de R$ 272,4 milhões relativos à pecuária.

O prejuízo da indústria chegou a R$ 267 milhões e o de comércios locais alcançou R$ 131,4 milhões. 

As obras de infraestrutura do setor público aferiram danos de R$ 1,7 bilhão, junto a outros R$ 431,2 milhões em instalações públicas, como escolas, hospitais e prefeituras.

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