BofA eleva projeção do Ibovespa para 135 mil pontos

Resultado configura um potencial de valorização de 14% ante o último fechamento

O Bank of America (BofA) elevou a projeção para o Ibovespa, principal indicador de desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, ao final de 2022 de 125 mil pontos para 135 mil pontos, o que configura um potencial de valorização de 14% ante o último fechamento.

O banco manteve overweight (exposição acima da média do mercado) para o Brasil em sua carteira de estratégia para a América Latina, incluindo o impacto de prêvias de lucros mais altas para ações de commodities e bancos.

“Nós nos tornamos mais otimistas quando o sentimento sobre o Brasil estava começando a melhorar e até agora continuamos construtivos. O Brasil deve continuar a ser um importante destino nos mercados emergentes devido ao peso dos nomes de valor. O fluxo estrangeiro e o desempenho no acumulado do ano ficaram acima das expectativas (surpreendendo muitos participantes do mercado), mas há mais upside, em nossa opinião”, pontou os estrategistas David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue, que assinam o relatório.

O BofA indicou estar mais otimistas do que o consenso em várias commodities e com os lucros para os bancos. Os estrategistas apontaram que o crescimento do lucro por ação para o Ibovespa é favorável, no entanto, para eles o valuation já não está mais tão descontado como no início do ano.

Por conta de grandes rendimentos de fluxo de caixa livre, previstos para 2022 e 2023, os estrategistas acreditam que os nomes envolvidos com commodities têm espaço para uma reavaliação para cima. Além disso, concordam que os grandes bancos podem ter um desempenho superior devido ao crescimento dos lucros e uma pequena reavaliação para aqueles abaixo dos níveis históricos.

“Nossa percepção é que as preocupações com as eleições e as condições fiscais no Brasil diminuíram na margem, o que nos deixa confortáveis com o valuation do Ibovespa negociando em torno das médias históricas”, destacam.

Em relação a forma setorial, os estrategistas afirmam que mantiveram as alocações orientadas a ações de valor, enquanto “os nomes de crescimento parecem em apuros”, uma vez que seguem preocupados com a inflação e os custos de captação.

“As histórias de crescimento se recuperaram nas últimas 2 semanas (vários nomes de e-commerce e fintechs subiram cerca de 30% em relação às mínimas), já que as taxas de curto prazo do Brasil caíram cerca de 1 ponto percentual ao mesmo tempo”, declararam, entretanto, ratificando que o movimento foi global

Entre ações adicionadas na carteira principal para a América Latina, os estrategistas adicionaram a Suzano (SUZB3) e bancos como Itaú (ITUB4), o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3). Além de incluir a Arezzo (ARZZ3), mas retirou Lojas Renner (LREN3) por conta do valuation e pressão de custos.