Bradesco (BBDC4): ações despencam após resultado do 2T23

As ações do Bradesco fecharam com forte queda nesta sexta-feira (4)

As ações do Bradesco (BBDC4) fecharam com forte queda nesta sexta-feira (4), sessão seguinte ao anúncio do resultado do segundo trimestre de 2023 do banco, que reportou lucro recorrente de R$ 4,5 bilhões, queda de 35,8% na comparação com o mesmo período de 2022.

Os papéis do Bradesco foram um dos que mais se desvalorizaram no último pregão da semana, recuando 6,83%. O desempenho ruim afetou foi um dos fatores que ajudam a explicar a queda de 0,89% do Ibovespa nesta sexta. 

O desempenho ruim não é surpresa. Analistas ouvidos pelo BP Money antes da divulgação do resultado já tinham previsto um trimestre fraco do bancão. 

Entre outros fatores, os especialistas alertavam para a forte base de comparação de igual trimestre do ano anterior, maior custo do crédito, menor margem com o mercado e ROE na casa dos 12% a.a. 

Bradesco tem queda de 35,8% no lucro no 2T23

O Bradesco divulgou nesta quinta-feira (3) seu balanço do segundo trimestre de 2023. O banco reportou lucro recorrente de R$ 4,5 bilhões, queda de 35,8% na comparação com o mesmo período de 2022. O consenso Refinitiv previa um lucro líquido de R$ 3,596 bilhões no período.

O retorno sobre patrimônio (ROAE, na sigla em inglês) do Bradesco foi de 11,1% entre abril e junho deste ano. Houve uma melhora de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas o indicador segue distante dos 18,1% registrados um ano antes.

A margem financeira do banco somou R$ 16,6 bilhões, um avanço anual de 1,2%. Já a margem com clientes do Bradesco recuou 1,8% de um trimestre para o outro, totalizando R$ 16,65 bilhões. 

A margem com o mercado, por sua vez, ficou negativa em R$ 96 milhões, apresentando uma melhora em relação ao saldo negativo de R$ 312 milhões do primeiro trimestre.

Segundo o Bradesco, a receita com prestação de serviços somou R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre deste ano, queda de 2,5% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

A inadimplência para empréstimos com mais de 90 dias de atraso ficou em 5,9%, ante 5,1% registrada nos primeiros três meses do ano. Já o índice de atrasos de 15 a 90 dias passou de 4,6% para 4,4%.

As provisões do banco para empréstimos inadimplentes (PDD) totalizaram R$ 10,32 bilhões, crescimento anual de 94,2%. De acordo com o banco, as maiores despesas com PDD continuaram pressionadas pelas condições do cenário de endividamento, em especial das micro e pequenas empresas.

A carteira de crédito do Bradesco terminou o segundo trimestre em R$ 868,69 bilhões, um crescimento de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Além disso, o Bradesco também informou que irá distribuir R$ 2,9 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP).