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C&A (CEAB3) registra melhor nível histórico no 4TRI23, mas recua 21%

O bitda ajustado apresentou um crescimento expressivo de 38%

A varejista de moda C&A (CEAB3) celebra conquistas significativas em meio a um cenário desafiador. Em um período marcado por adversidades para muitas empresas dependentes do consumidor final, a empresa holandesa viu sua operação no Brasil prosperar em várias áreas durante o quarto trimestre de 2023. 

As vendas de vestuário, por exemplo, apresentaram um avanço notável de 18,8% em comparação ao mesmo período de 2022, totalizando R$ 1,95 bilhão. 

O lucro líquido ajustado também registrou um impressionante aumento de 98,2% em relação ao quarto trimestre de 2022, atingindo R$ 144,9 milhões. 

Em uma entrevista ao IM Business, o CEO da C&A Brasil, Paulo Correa, expressou sua satisfação: “Estamos conseguindo colocar em prática o nosso plano de trabalho e a nossa estratégia que nós apresentamos na época do nosso IPO”, afirmou.

C&A (CEAB3) reporta lucro 20,8% menor no 4TRI23

No último trimestre, a C&A (CEAB3) reportou um lucro líquido de R$ 168,7 milhões, marcando uma queda anual de 21%. Esse resultado foi fortemente influenciado pelo aumento expressivo de 146% nas despesas financeiras, que totalizaram R$ 112,2 milhões no período. 

O aumento foi impulsionado, principalmente, pela diminuição da receita financeira, que no ano anterior foi beneficiada pelo reconhecimento dos juros dos créditos fiscais da venda de smartphones produzidos no país, totalizando cerca de R$ 40 milhões, conforme explicou a empresa.

Por outro lado, a receita de vendas apresentou um crescimento notável de 18% na comparação anual, atingindo o montante de R$ 2,29 bilhões. Dessa receita, R$ 1,95 bilhão foi proveniente das vendas de vestuário, representando um aumento anual de 19%.

C&A (CEAB3): Ebitda avança de 38%

A C&A (CEAB3) reportou p lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado apresentou um crescimento expressivo de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando R$ 501,5 milhões no último trimestre de 2023. No acumulado do ano, esse resultado foi ainda mais significativo, com um aumento de 40% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 1,05 bilhão.

No último trimestre, a receita bruta total omnicanal, que inclui as vendas próprias de e-commerce (1P) e as de terceiros do marketplace (3P), permaneceu estável em R$ 395,6 milhões. Ao longo de 2023, essa receita registrou um aumento significativo de 25,1%, totalizando R$ 1,46 bilhão.

Os investimentos da varejista de moda tiveram uma queda considerável de 43% em um ano, atingindo o montante de R$ 63 milhões no quarto trimestre.

Destacando os avanços na área digital, o C&A Pay atingiu um marco significativo de cinco milhões de cartões digitais emitidos em apenas dois anos, para uso exclusivo nos canais C&A. Esse serviço representou 25% das vendas totais no último trimestre.

C&A (CEAB3) recua em despesas operacionais

Ainda sobre os resultados, a C&A (CEAB3) registoru um aspecto que trouxe grande satisfação para a empresa foi a redução em 2,5 pontos percentuais de suas despesas operacionais, em comparação com o mesmo período anterior. Isso teve um impacto significativo na diminuição da alavancagem da empresa para 1,5 vezes a dívida líquida total. 

Essa redução abre espaço para possíveis novos investimentos ao longo deste ano. No entanto, Correa enfatiza que fusões e aquisições não estão no foco da empresa no momento, assim como a expansão de sua rede de lojas.

“O nosso mantra para este ano é aumentar a venda por metro quadrado a partir de uma experiência com os nossos clientes mais relevantes e ter um nível de relacionamento mais intenso com a nossa base de clientes”, diz ele. 

“Já a abertura de lojas tem sido muito seletiva porque o número de projetos que consegue ser interessante nesse contexto de taxa de juros de dois dígitos é bem pequeno. Vamos ter algumas aberturas em 2024, mas o fator macro precisa evoluir mais para a gente poder ter um apetite maior para a abertura de lojas”, completa.