Mercado

Copom: com corte de 0,5 p.p certo, atenções se voltam ao comunicado

Selic deve cair dos atuais 12,25% para 11,75%

A última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) de 2023 aconteceu na última terça (12) e nesta quarta-feira (13). Ao fim do encontro, será revelada a nova taxa de juros básica brasileira.

Analistas do mercado financeiro dão como certo mais um corte de 0,5 p.p na Selic, o terceiro seguido. Se a previsão se confirmar, a taxa cairá dos atuais 12,25% para 11,75%.

Já que a chance de acontecer uma surpresa é mínima, as atenções estarão voltadas para o tom do comunicado que será emitido junto com o anúncio.

O analista de investimentos do Andbank, Fernando Bresciani, lembra que a semana também será de divulgação do índice da inflação, o IPCA, de novembro, mas ele projeta que o principal será o teor da mensagem do Copom.

“A gente tem na próxima terça-feira a divulgação da inflação de novembro. A expectativa é que não tragam surpresa. Acho que o grande ponto será o comunicado da decisão do Banco Central”, disse o especialista.

Cenário externo

Os dados negativos da economia americana anunciados recentemente não foram tão assustadores ao ponto de colocar em risco mais um corte na Selic, segundo especialistas ouvidos pelo BP Money.

Isso mesmo com os dados de empregos dos EUA vindo mais altos do que o esperado pelo mercado, como mostrado no payroll de novembro.

“Percebemos uma redução nas taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, sugerindo que o ciclo de aumento chegou ao seu fim. Essa mudança é relevante, principalmente aqui no Brasil, onde o mercado já incorpora essa perspectiva ao contemplar a chance de cortes nas taxas de juros na próxima reunião do Copom”, avaliou o CEO da Pathbit, Rodrigo Piqueira.

“O payroll veio um pouco mais forte do que o esperado, mas quando vamos olhar os detalhes, a gente vê que os números continua caindo, a indústria continua contratando menos, e a economia americana mostra queda, assim como o varejo, PMI, utilização da capacidade, compra de máquinas… Então eu acho que esses dados corroboram de que o juro está fazendo o efeito dele. Não precisa ter mais aumento lá fora”, acrescenta Bresciani.