Haddad prevê arrecadar até R$ 15 bi com tributação de apostas

"Se é uma realidade do mundo virtual, nada mais justo que a Receita tributar", disse Haddad ao canal "GloboNews"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (3) que a Receita Federal prevê arrecadar de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões com a tributação de apostas online. De acordo com o petista, a medida será tomada para auxiliar a arrecadação na ordem de R$ 110 bilhões a R$ 150 bilhões para viabilizar as metas do novo arcabouço fiscal.

“Se é uma realidade do mundo virtual, nada mais justo que a Receita tributar”, disse Haddad em entrevista ao Estúdio i, da “GloboNews”.

Além disso, o ministro afirmou que há empresas de comércio online que fazem vendas comuns se passarem por remessa pessoa a pessoa como forma de não pagar impostos, e que elas serão taxadas futuramente.

“As empresas estrangeiras e brasileiras que estão sofrendo a concorrência desleal de um ou dois players mundiais estão pedindo providências para a Receita”, alegou Haddad.

Ex-presidente do BC afirma que regra fiscal trará altos impostos

O ex-presidente do BC (Banco Central), Affonso Celso Pastore, afirmou em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, publicada no último domingo (2), que o governo precisará aumentar a carga tributária para que o novo arcabouço fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dê conta de reduzir a relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto) do País.

“Se o governo aprovar esse arcabouço, ele obtém uma licença para aumentar gastos. Se ele não aumentar a carga tributária, o superávit primário não vai ser gerado”, disse o ex-mandatário do BC.

Ainda de acordo com ele, o aumento na carga tributária terá que ser grande, caso a nova regra fiscal seja aprovada.

“Nós vamos ter de aumentar a carga tributária e a pergunta que fica para, talvez, o ministro responder é quem ele vai escolher para subir a carga. Essa equação só fecha com aumento brutal de carga tributária”, contou Pastore.

O bancário afirmou também que “o simples fato de existir o arcabouço não leva à redução da taxa de juros. Ainda que o arcabouço fosse bom, o Banco Central não poderia fazer nenhum gesto. Ele teria de esperar que a inflação caísse para conseguir reduzir os juros. Não espero por parte do BC nenhum sinal nessa direção”, disse o ex-presidente do BC.