Balanços trimestrais no radar

Ibovespa fecha em queda com pressões no mercado interno; dólar cai

"Mercado em queda, na contramão do mercado internacional, puxado por bancos e Petrobras", disse o especialista Leando Petrokas ao BP Money

Ibovespa oscila
Foto: Unsplash / Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (7) com queda de 0,43%, aos 128.339,76 pontos. O dólar comercial caiu 0,23%, a R$ 4,93.

Na contramão do mercado externo, o Ibovespa operou em queda nesta sessão, ancorado no desempenho do setor bancário e da Petrobras (PETR4). O temor sobre a petroleira se dá, sobretudo, pela divulgação dos resultados trimestrais, prevista para esta quinta-feira, após o fechamento. Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, comentou com o BP Money sobre as quedas.

“Desde a fala do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na quarta-feira (28/2), dia em que as ações preferenciais caíram mais de 5%, o ativo vem andando de lado”, disse. Na ocasião, em entrevista à Bloomberg, Prates afirmou que a Petrobras deveria ser cautelosa na distribuição dos dividendos extraordinários e pretendia investir em energia renovável e outros segmentos.

“Me parece que os investidores estão cautelosos com o balanço’, completou Petrokas. Voltando-se aos demais papéis do índice, Na minha visão, falas do Powell sobre cautela no processo de corte de juros ajudam a manter o dólar mais fraco contra outras moedas. especialista observou algumas das maiores quedas do pregão, como a Dexco (DXCO3) e a CSN (CSNA3).

Ele observa que os balanços trimestrais tem levado as empresas para o nível negativo. Da mesma forma que acontece com as ações da Estácio (YDUQ3) e CSN Mineração (CMIN3).

Principais ações do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,58% e 1,10%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,66%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 0,34%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,50%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,12%.

Cenário negativo para o setor bancário no Ibovespa. O Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) caíram 1,05% e 0,95%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) também desvalorizou 0,43%. Apenas o Santander (SANB11) também valorizou 0,53%.

Entre as varejistas os níveis também foram negativos. A Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,97%. Na mesma linha, as ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3,45%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,64%.

A Estacio (YDUQ3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,88%. Logo atrás, Localiza (RENT3) e TIM (TIMS3) registraram altas de 3,58% e 2,37%, respectivamente.

Já na ponta negativa, a CSN (CSNA3) liderou as perdas, caindo 4,80%. Em seguida, vieram Dexco (DXCO3) e Pão de Açúcar (PCAR3), com perdas de 4,12% e 4,07%.

Desempenho do Dólar

O Dólar seguiu em queda pelo segundo dia consecutivo, a 0,23%. Petrokas considera uma leve queda frente ao Real e analisa o comportamento com outras moedas emergentes.

“Na minha visão, falas do Powell sobre cautela no processo de corte de juros ajudam a manter o dólar mais fraco contra outras moedas”, comentou.

Para o especialista, o depoimento do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell foi “mais do mesmo”, no sentido de que a instituição será cautelosa para iniciar o corte na taxa de juros.

“O fato é que os dados recentes apontam para uma queda na inflação e um nível de atividade e emprego elevados. Inclusive com o próprio Powell batendo nessa tecla. Diante disso, não há porque pensar em cortes de juros tão cedo, sob uma ótica exclusivamente técnica e baseada em dados”, concluiu.

Índices do exterior renovam dia de alta

Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta quinta-feira (7). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,75%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,77%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,06%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,03% e 1,51, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,34.