Big Techs devem reportar 1T23 desafiador, avalia analista

Meta, Aplhabet, Microsoft e Amazon divulgarão os resultados obtidos no primeiro trimestre de 2023 ao longo desta semana

As gigantes Meta (META34), Aplhabet (GOGL34), Microsoft (MSFT34) e Amazon (AMZN34) divulgarão os resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano ao longo desta semana. Os anúncios das Big Techs são aguardados com muita ansiedade pelo mercado financeiro, já que estas companhias enfrentam turbulências nos últimos meses, após terem se saído bem nos últimos anos, o que pode se refletir nos anúncios dos próximos dias.

“A expectativa é de queda de lucro por ação da ordem de 7%, ou seja, a gente imagina que as empresas americanas vão ter um trimestre mais desafiador, especialmente se você comparar com o primeiro trimestre de 2022″,  analisou o estrategista-chefe da Avenue, Will Castro Alves para o BP Money.

“Voltando um pouco mais no tempo, temos a pandemia, a economia colapsada e a volta muito rápida em V no ano passado, com um momento de desaceleração da economia, mas ainda com atividade econômica forte. Então você tem uma base de comparação forte se comparada ao 1T23, que é um trimestre bem mais fraco”, completou Alves.

Anúncios das Bigtechs

A Alphabet, detentora do Google, anuncia seu resultado nesta terça (25). Na visão de especialistas consultados pela reportagem, o site de busca não deve ter muito o que comemorar nesse início de 2023.

“As receitas e lucros do Google decepcionaram no último trimestre. O YouTube cresceu menos que o esperado e o que espera-se de novo é uma queda de lucro por ação na comparação anual e um baixo crescimento de receita. A companhia está se reestruturando e focando em áreas que sejam mais core, cortando custos. Já renunciou o corte de 12 mil postos de trabalho e pode anunciar mais cortes”, afirmou Alves.

“Um foco do mercado é ver terá mais cortes, ver como isso impacta nos resultados e como é que vai ser a evolução disso olhando pra frente. Além disso, o desenvolvimento do seu produto concorrente ao Chat GPT é outra coisa que vai ser observada em relação às ações de Google”, projetou o especialista. 

Ainda nesta terça, também serão divulgados os resultados do 1T23 da Microsoft. “Espera-se leve queda no EPS em relação ao trimestre passado, porém a ação está próxima das máximas de 52 semanas, com performance impactando bastante o S&P. Uma surpresa negativa pode causar mau humor no mercado”, opinou a economista-chefe da Quantzed, Femisapien.

A visão mais positiva da economista é compartilhada por  João Romar, Head da Mesa Internacional InvestSmart XP. Para ele, a Microsoft tem chances reais de apresentar um bom resultado no período. “Frente às outras BigTechs, a Microsoft se destaca se olharmos para o passado. Teve uma queda pequena no lucro líquido, tem uma posição extremamente sólida nos setores que atua, recompondo preços e reduzindo custos”, pontuou. 

Na quarta (26) será a vez da Meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp, mostrar o seu desempenho. Apesar de apresentar negativos nos últimos balanços, a empresa de Mark Zuckerberg pode surpreender de forma positiva seus acionistas.

“O último resultado de Meta foi desastroso. A companhia teve um aumento de custos pesados por conta da operação do Metaverso. Mesmo tendo uma Receita Líquida apenas 4% maior no último trimestre de 2022, a empresa sofreu uma queda de 55% no lucro líquido. Olhando para as vantagens comparativas da empresa, o potencial de crescimento que ainda detém dentro do cenário asiático (principalmente Índia) e a margem de lucro do setor, o mercado demonstra expectativas mais positivas para a companhia”, disse Romar. 

“Espera-se leve queda no EPS em relação ao trimestre passado, porém a ação está próxima das máximas de 52 semanas, com performance impactando bastante o S&P. Uma surpresa negativa pode causar mau humor no mercado”, ressaltou Femisapien. 

A última das grandes a anunciar o resultado será a Amazon, está na situação mais confortável entre as quatro big techs no 1T23. 

“No último trimestre, as receitas bateram, mas o guidance da empresa decepcionou e o papel reagiu negativamente. Então, se espera algum crescimento de receitas. O segmento de cláusula WS, assim como no caso da Microsoft, também decepcionou um pouco, uma vez que cresceu só 20%, é bastante, mas nesse caso decepcionou um pouco do que o mercado estava esperando”, avalia Will Castro Alves da Avenue.

“Temos também muitas empresas buscando economizar, gastando menos com armazenamento na nuvem. A mesma coisa que bateu na Microsoft bateu na Amazon, então aqui eu acho que o foco vai ser o guidance e como que a Amazon vê isso avançando. Fora isso, tem algumas iniciativas de inteligência artificial no business de varejo, e algumas medidas de corte de custos, que também vão ser observadas. Essas empresas cresceram muito e então o mercado agora tem cobrado muito delas um foco em rentabilidade e corte de custos para preservar sua margem e seus bons retornos”, finalizou.