Braskem (BRKM5): Unipar (UNIP6) não quer dar ‘segunda chance’

A Braskem já vem sendo disputada desde o ano passado, com diversas ofertas sendo feitas por grandes players do setor

A Unipar (UNIP6), que havia feito uma oferta pela participação da Braskem (BRKM5) há algumas semanas, decidiu não renovar sua proposta, que expirará em dez dias.

Segundo informações fornecidas por fontes envolvidas nas negociações entre a Unipar e a Braskem ao jornal Valor Econômico, a Braskem tem sido alvo de disputas desde o ano passado, com várias propostas sendo feitas por grandes players do setor. Entre as ofertas destacadas está a proposta de aquisição de 100% das ações da empresa pela gestora americana Apollo em conjunto com a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC).

No entanto, a família Odebrecht, proprietária da Novonor, empresa controladora da Braskem, pretende continuar como acionista minoritária da petroquímica. Embora a Unipar tenha concordado em ser sócia da ADNOC e da Apollo, com até 4% de participação acionária, a Novonor ofereceu ações da Braskem como garantia aos credores. Isso significa que os bancos têm o poder de decidir o futuro da empresa.

Entre os bancos envolvidos estão o Itaú (ITUB4), o BNDES, o Santander  (SANB11), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4), com os quais a Braskem possui uma dívida total de R$ 15 bilhões.

O Itaú é o credor que resiste mais a uma eventual permanência da Novonor como sócia da empresa, sendo mais favorável às vendas, segundo fontes.

Os esforços da antiga Oderbrecht são no sentido de reduzir substancialmente o passivo financeiro de seu balanço contábil dando um ‘passo largo’ para sair da sua recuperação judicial, dada a dívida bilionária da Braskem.

Unipar (UNIP6): analistas de mercado temem proposta da companhia

Analistas de gestoras e bancos de investimentos questionam se a Unipar (UNIP6) detém estrutura financeira o suficiente para cumprir a oferta da proposta para adquirir a Braskem (BRKM5), que atualmente, pertencente à Novonor (ex-Odebrecht).

Visão dos analistas

Entre os questionamentos, analisadas do mercado indagam como a Unipar conseguirá levantar ao menos R$ 10 bilhões no mercado com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de R$ 2,6 bilhões. 

Além disso, eles questionam com a Unipar como conseguirá renegociar mais R$ 4 bilhões em dívidas com os bancos credores e fazer uma oferta pública para comprar outros R$ 7 bilhões em ações dos minoritários da Braskem.