No primeiro trimestre, o Grupo Dia registrou receitas de € 1,68 bilhão, marcando uma queda de 6,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, ao considerar apenas as operações contínuas, o faturamento apresentou um aumento de 1,1%. Em termos comparáveis, as vendas do grupo espanhol sofreram uma queda de 2,8%.
O destaque foi o crescimento positivo das operações na Espanha, com um aumento de 6,1% nas vendas. No entanto, esse desempenho foi contrabalançado por uma redução no consumo nos mercados do Brasil e da Argentina durante o trimestre.
No Brasil, as receitas do Grupo Dia totalizaram € 161,3 milhões, refletindo uma queda de 11,7% em comparação com o ano anterior.
Em termos comparáveis, o faturamento registrou uma redução de 10,4%. A empresa encerrou março com 587 lojas no país, uma diminuição de 3,1% em relação ao mesmo período de 2023.
A companhia enfatizou que o êxito do plano de recuperação judicial das operações brasileiras é uma de suas prioridades para o ano, visando garantir a continuidade e estabilidade financeira no país.
Grupo Dia: diversos fatores levaram a derrocada, diz especialista
A derrocada do Grupo Dia pode ser explicada por vários fatores. Segundo Bernardo Freitas, advogado especializado em Direito Societário e Sócio do escritório Freitas Ferraz Advogados, diversos motivos tornam o cenário delicado para as varejistas no Brasil.
“Existem diversos fatores que podem explicar a derrocada: o aumento do preço de alimentos, que constituem grande parte do que os consumidores de mais baixa renda buscam no Grupo Dia, e a expansão do modelo de atacarejo, que tem se mostrado mais eficiente”, explicou Freitas.
O advogado também acrescentou que a rede de supermercados sofre com a falta de qualidade nos seus estabelecimentos. Esse fator afasta clientes de maior renda, além de enfrentar uma alta alavancagem financeira.
Na véspera, o Grupo Dia anunciou a decisão de solicitar a recuperação judicial no Brasil, justificando que seus resultados são consistentemente desfavoráveis. O anúncio vem após a organização fechar 343 lojas no país e acumular uma dívida estimada de R$ 1 bilhão.