Governo descarta liberar FGTS para baratear carros populares

Segundo informações apuradas pelo Metrópoles, parceiro do BP Money, o FGTS para bancar a compra de carros populares 0 km está descartada

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, nesta quinta-feira (25), medidas para baratear os carros populares, alinhavadas com os ministérios da Indústria, Comércio e Serviços e da Fazenda. Segundo informações apuradas pelo Metrópoles, parceiro do BP Money, com pessoas envolvidas nas negociações, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para bancar a compra de carros populares 0 km está descartada.

A ideia, que estava entre as opções estudadas para reaquecer o setor, começou a ser ventilada por representantes da indústria, mas sofreu resistência dentro do governo. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, manifestou-se publicamente contra a medida. Nesta quinta, procurado pela reportagem, ele reafirmou sua posição “radicalmente contrária” ao uso do FGTS para tal fim.

Atualmente, o saque do Fundo de Garantia é permitido em situações previstas em lei, como demissão por justa causa, compra da casa própria e doença grave do trabalhador ou de dependente.

Representantes dos trabalhadores defendem que as opções não sejam expandidas para proteger o fundo, que funciona como uma espécie de poupança para o empregado.

Lula diz que estuda como baratear carros populares

No início do mês, Lula voltou a criticar os preços atuais dos automóveis populares e disse que o governo pretende tomar iniciativas para trazer veículos mais baratos ao país, além de garantir melhores condições de pagamento.

“Qual pobre que pode comprar carro popular por R$ 90 mil? Um carro de R$ 90 mil não é popular. É para classe média”, afirmou ele durante a primeira reunião do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o chamado “Conselhão”. As informações são do G1.

Recriado pelo petista, o órgão tem a missão de auxiliar na elaboração de políticas públicas de desenvolvimento. O presidente, no entanto, não deu detalhes sobre o plano para baratear os carros.

No evento, Lula voltou a criticar o Banco Central e o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa básica de juros da economia em 13,75%.

“É engraçado, é muito engraçado o que se pensa neste país. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, disse.

A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para coordenar a política monetária do país. Quando os juros sobem, o empréstimo fica mais caro e a economia “esfria”, o que ajuda a controlar a inflação – mas, como consequência, reduz a expansão da renda e do emprego.