Magazine Luiza (MGLU3) quer ‘mudar o ecossistema de meios de pagamento no Brasil’

Varejista busca consolidar serviços financeiros já oferecidos dentro de suas plataformas

O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou, nesta quinta-feira (12), o lançamento de dois novos produtos dentro da plataforma “Fintech Magalu”. A companhia passa a ofertar empréstimo pessoal para pessoas físicas através da conta digital e cartão de crédito para pessoa jurídica. Segundo Robson Dantas, diretor do braço de fintech do Magalu, a ideia é integrar todos os serviços financeiros da empresa, com o objetivo de “mudar o ecossistema de meios de pagamento no Brasil”. 

“Ano passado lançamos o cartão Magalu, operação que cresce rapidamente. Com certeza é uma das nossas estratégias conectar o cartão de crédito com os nossos outros meios de pagamento.Temos trabalhado muito neste aspecto que vai mudar o ecossistema de meio de pagamento no Brasil”, disse Dantas. 

De acordo com informações do Magazine Luiza, o Fintech Magalu já nasce como uma das dez maiores fintechs do Brasil. O braço de serviços financeiros da empresa conta com mais de 16 milhões de clientes únicos, entre pessoas físicas e jurídicas.

O Magalu também anunciou que vai se tornar um iniciador de pagamentos por meio da plataforma KaBuM!, que pertence ao Magalu. 

“Estamos nos processos finais, com toda tecnologia pronta, aguardando a finalização do lado do regulador, esperando finalizar a homologação. A implementação dentro da Kabum! está toda concluída”, afirmou Dantas. 

O executivo explicou que a operação de iniciador de pagamentos – que permite o compartilhamento de informações de clientes entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas – tem como foco a Kabum!, neste início, pela natureza da operação e, principalmente, pelo público. 

“Queremos começar pelo lado onde a penetração do Pix é expressiva. Como o Pix lá (no Kambu!) é expressivo no volume financeiro e no volume de transações, quero fazer com que isso cresça mais. Não é porque estamos fazendo no Kabum! que o Magalu vai ficar de fora. Só questão de oportunidade e público”, destacou. 

Cartão de crédito para empresas e empréstimo pessoal

O valor do crédito oferecido a cada cliente no novo sistema de empréstimo pessoal do Magalu é calculado com base na análise do perfil do consumidor. “A operação é simples, sem atrito: o cliente solicita o empréstimo pelo app, o perfil é analisado e a quantia é liberada diretamente no MagaluPay, a conta digital do Magalu, que pode ser usada para qualquer tipo de pagamento”, informou a companhia. 

“Já pré-aprovamos, com base numa criteriosa análise de risco, crédito para 10 milhões de clientes da nossa base”, disse Dantas. 

Em relação ao cartão de crédito para Pessoa Jurídica, a varejista informou que tem como base potencial mais de 160 mil parceiros de vendas. De acordo com estimativas da empresa, apenas 3% da base brasileira de cartões de crédito são corporativos. Por isso, a empresa vê um gargalo neste quesito e afirma que a grande vantagem da Fintech Magalu na concessão desse tipo de crédito é o conhecimento profundo de seus sellers – o que amplia o mercado e reduz risco.

“A ampliação do acesso ao crédito dentro da plataforma personaliza ainda mais a nossa oferta para o nosso cliente em crédito”, disse Tatiana Ferreira, Superintendente da LuizaCred.

Robson Dantas, diretor do braço de fintech do Magalu, explica que a parte do crédito para pessoa física segue todas as políticas de crédito do Itaú Unibanco. 

“O Itaú tem uma política bem conservadora e é por isso que a LuizaCred sempre teve uma taxa de inadimplência baixa”, pontuou Dantas.

Sobre os objetivos do Magalu para este ano, ao menos no setor de fintechs do grupo, Dantas destacou que a ideia é a consolidação de tudo que foi comprado nos últimos anos pela empresa. 

“Compramos muitas empresas e estamos em um momento de integrar tudo e colocar nossas soluções para funcionar e monetizar. Minha cabeça, especialmente, foca nos negócios e na evolução da tecnologia dentro do grupo, além da monetização de tudo isso. Do ponto de vista de Magalu Fintech, não tem nada para comprar no radar”, disse o executivo.

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A Fintech Magalu é resultado da integração da Bit55, Stoq e Hub Fintech, adquirida no final de 2020, além de agregar a operação da Luizacred. O Magazine Luiza informou que os cerca de 16 milhões de clientes do Fintech Magalu detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito. Em 2021, o volume total de transações (TPV) processados pela Fintech Magalu somou R$ 65 bilhões – o que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e outros serviços financeiros (Banking as a Service) prestados para diversas companhias.