Crise ambiental

Haddad defende taxar super-ricos para financiar luta climática

"Tem países que não tem condições de superar com as próprias pernas uma catástrofe como essa [do Rio Grande do Sul]", disse Haddad.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda / Foto: reprodução/Marcelo Camargo

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defendeu de taxar os super-ricos para financiar ações de combate às mudanças climáticas.

“Suponha que o que aconteceu no Rio Grande do Sul aconteça num país de mesma dimensão, tem países que não tem condições de superar com as próprias pernas uma catástrofe como essa”, disse Haddad.

O montante cedido pelo governo federal ao Rio Grande do Sul para auxiliar na recuperação da tragédia com as enchentes já alcança R$ 62,5 bilhões.  Segundo Haddad, ao menos o estado tem a União para se apoiar.

O ministro esteve no Vaticano durante a semana para um seminário de discussões sobre a estrutura financeira mundial, além de ações para enfrentar desafios como a pobreza. Em sua avaliação, a agenda foi “muito proveitosa”.

“Propostas estão sendo discutidas no âmbito do G20. Elas têm sido bem recebidas por alguns países que já se manifestaram a favor da proposta brasileira”, comentou.

Entre os países que compõem o G20, o Brasil, a França, a Alemanha, a África do Sul e autoridades da Espanha levantaram discussão quanto a exigência de que os multimilionários paguem impostos no valor de, ao menos, 2% de sua riqueza total, todos os anos.

Nesse plano, um imposto mínimo global seria espelhado sobre as companhias. Haddad esteve com Carlos Cuerpo, ministro da Economia da Espanha, que prestou apoio à taxação dos super-ricos.

Segundo o mandatário da Fazenda, a pauta deve seguir na agenda, mesmo sendo difícil imaginar uma solução a curto prazo. “O debate está prosperando”, disse ele.

Haddad não descarta novos contingenciamentos

O mandatário do Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse não descartar possíveis novos contingenciamentos de despesas ao longo do ano.

“Em reunião me perguntaram se havia possibilidade de contingenciamento. Disse na reunião que, se as despesas aumentarem além do previsto, teria contingenciamento”, afirmou Haddad.

“Não se pode usar reunião fechada para vender ao mercado o que não foi dito. Não há dissonância em contingenciamento em relação ao que prevê a legislação atual”, continuou.

Enquanto conversava com jornalistas em São Paulo, nesta sexta-feira (7), Haddad falou sobre a MP (Medida Provisória) que restringe o uso de créditos do PIS/Cofins. 

O ministro foi questionado quanto a suficiência da MP para afastar novos bloqueios, levando em conta que outras despesas crescem rápido, como a exemplo das providências.

“Sim, pode acontecer de ter contingenciamento”, afirmou. “Você tem um marco fiscal que tem de respeitar. Se ultrapassar o limite estabelecido, vai ter que contingenciar”, afirmou.