Banco Central não sinaliza queda e mantém juros em 13,75%

Pela sétima vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do banco decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano

Ainda não foi dessa vez que o BC (Banco Central) reduziu a taxa básica de juros. Na reunião desta quarta-feira (21), pela sétima vez consecutiva, o Copom (Comitê de Política Monetária) do banco decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano.

A última vez que houve alteração na taxa foi em agosto de 2022, quando o Copom ajustou meio ponto percentual para cima, passando de 13,25% para os números atuais. 

Previsto por boa parte dos analistas, em seu comunicado, o BC não deu sinais mais claros de um ajuste para baixo na taxa na próxima reunião do Copom, que vai acontecer no início de agosto.

“Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse o banco no comunicado.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, justificou o BC.

Queda no próximo semestre

Analistas consultados pelo BP Money esperam que o Banco Central sinalize a possibilidade de cortar juros a partir do segundo semestre.

“A expectativa para a reunião do Copom é que o Comitê mantenha a taxa Selic no patamar atual de 13,75%, e provavelmente dê alguma sinalização que o momento de corte esteja próximo, além de indicar o tom e as sinalizações que vão ditar as expectativas para as próximas reuniões”, disse Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

Segundo Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos, os índices de inflação têm tido uma leve melhora nos últimos meses, porém ainda não são suficientes para que o BC promova uma queda na taxa Selic. Por conta disso, é preciso esperar pelo comunicado do Copom, que sairá logo após a decisão sobre os juros e poderá sinalizar algum tipo de corte para as próximas reuniões.

“O Copom sempre está olhando a inflação, a inflação corrente e as expectativas de inflação futura. Apesar desses dados terem melhorado nos últimos meses, o BC já tem sinalizado há algum tempo que isso ainda não é suficiente para uma redução dos juros”, afirmou.

“No entanto, devemos ficar muito atentos, pois o fato mais importante desta reunião será o comunicado do Copom, que irá sair logo após a decisão sobre os juros. É esperado que esse documento antecipe alguma queda na taxa de juros nas próximas reuniões”, acrescentou Bento.