Economia

BC reduz taxa de juros em 0,5 p.p. e Selic termina 2023 em 11,75%

Este é o quarto corte seguido promovido pela autoridade monetária

A última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) de 2023 terminou sem surpresa. A autoridade monetária brasileira promoveu, de forma unânime, mais um corte de 0,5 p.p na taxa de juros brasileira, o quarto seguido.

Com a nova redução, a Selic sai dos atuais 12,25% e termina o ano em 11,75%, em linha com a previsão da maioria dos analistas do mercado financeiro. De acordo com estimativas do Boletim Focus, a taxa de juros no Brasil em 2024 deve terminar em 9,25%.

No comunicado, o BC destacou que o cenário externo segue volátil, mas menos adverso do que na reunião anterior, e que foi marcado pelo arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos e dá sinais incipientes de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países. Porém, a autoridade monetária pondera que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

No cenário interno, o BC avalia que o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. O relatório não deixou de lado a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação. “O Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, ressaltou.

“Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, justificou o BC.

O relatório da autoridade monetária indica novos cortes do mesmo patamar nas próximas reuniões do Copom. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

Fed mantém juros nos EUA pela 3ª reunião seguida

Para completar a Super-Quarta, o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) anunciou que manteve a taxa básica de juros nos EUA entre 5,25% a 5,50%. Na última reunião, ocorrida em novembro, a instituição monetária optou pelo mesmo movimento, dando uma pausa no aperto monetário. É a terceira reunião seguida que o banco faz o mesmo movimento monetário.

A decisão veio em linha com o esperado pela maioria dos analistas. O monitor de juros FedWatch, do CME Group, apontava até o início desta tarde que 98,2% do mercado apostava na manutenção da taxa, enquanto 1,8% ainda previa uma alta de 0,25 ponto percentual.

“Indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica abrandou face ao ritmo forte registado no terceiro trimestre. Os ganhos de emprego moderaram desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu ao longo do ano passado, mas permanece elevada”, destacou o Fed, em comunicado.

Os membros da instituição também informaram que continuarão avaliando informações adicionais e as suas implicações para a política monetária. “Ao determinar a extensão de qualquer reforço adicional da política que possa ser apropriado para fazer a inflação regressar a 2% ao longo do tempo, o Comitê terá em conta o aperto cumulativo da política monetária, os desfasamentos com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os efeitos econômicos e desenvolvimentos financeiros.

Além disso, o Fed comunicou que continuará reduzindo as suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos garantidos pelas hipotecas das agências.