Ciclo de alta da Selic deve terminar em 12,75%, reforça BC

Atualmente, a taxa Selic está em 11,75%

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ratificou na manhã desta sexta-feira (25), que pretende finalizar o ciclo de alta de juros em 12,75% ao ano em maio. Atualmente, a taxa Selic está em 11,75%. As informações são do Valor

“Achamos que é mais provável terminar em 12,75% “, declarou Campos Neto durante conferência do Banco Central do Peru com o Banco de Compensações Internacionais (BIS).

O presidente disse que, caso as tensões entre a Rússia e a Ucrânia piorarem ou se houver disfunção no mercado, pode surgir nova onda de incerteza e a autoridade monetária refletirá sobre o fim do ciclo em maio. 

“Se o conflito se intensificar muito ou se houver disfunção no mercado gerando nova onda de incerteza teremos que repensar”, afirmou.

No entanto, Campos Neto reiterou, que este não é o cenário mais provável nas simulações do BC. “Temos que trabalhar com as variáveis que temos hoje, não achamos que isso é o mais provável”.

“Deixamos a porta aberta para junho porque sabemos que existe incerteza muito alta”, completou.

A autoridade ainda evidenciou, durante a conversa, que o Brasil começou a subir juros há muito tempo e há defasagem da política monetária. 

“Até agora entendemos que fizemos muito do trabalho; temos que esperar para ver os efeitos defasados do que fizemos”, ressaltou. 

Campos também reforçou que o pico da inflação em 12 meses será em abril, em torno 11%. 

Em relação as commodities, o presidente do BC destacou que em metais e alimentos são positivos para o Brasil, que é exportador dos insumos. Já a alta do preço do petróleo seria negativa porque impacta a inflação.