As expectativas colocadas na contribuição da agropecuária para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foram altas, de acordo com avaliações de especialistas. No entanto, o excesso de chuvas em algumas regiões e seca em outras começa a levantar dúvidas.
A visão geral é que o setor ainda terá desempenho positivo, após a queda projetada para o número oficial de 2021, porém, menor do que o esperado anteriormente, o que contribui para revisões baixistas do produto. A mudança na estimativa do BNP Paribas para o PIB do Brasil em 2022, de +0,5% para -0,5%, contempla um PIB agro indo da casa de 5% para cerca de 1,5%, explica Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para América Latina do banco.
O PIB do agronegócio brasileiro desacelerou o ritmo de crescimento durante o período de julho a setembro de 2021, mas o setor de agropecuária continua registrando uma alta significativa ao longo do ano.
O PIB do agronegócio teve uma alta de apenas 0,4% no terceiro trimestre do ano, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O indicador abrange tudo que é movimentado dentro e fora da porteira, diferente das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera apenas a produção dentro das fazendas.
O agronegócio tem uma participação de 30% no total do PIB brasileiro. Os pormenores desse número serão descascados e trazidos à tona no fechamento do PIB do agro, que está próximo de ser divulgado, mas as prévias já apontam que a importância do agro para o Brasil cresceu para o resultado econômico do país.
“Ficamos bastante surpresos, virou muito rápido.” Ele estima que a agropecuária tirou, diretamente, 0,2 ponto percentual da sua projeção de PIB total. Somando efeitos indiretos – sobre a indústria, por exemplo; tratores têm peso importante na produção de automóveis, observa Arruda – o impacto negativo seria mais perto de 0,3 ponto.