Desemprego cai para 11,2% no trimestre até fevereiro

Essa foi a menor variação para o trimestre desde 2016.

A taxa de desocupação, medida pela PNAD Contínua, caiu para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, correspondendo a um recuo de 0,4 ponto percentual (p.p) em relação aos três meses anteriores. Essa é a menor variação para o trimestre desde 2016. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir do dado, o número de pessoas em busca de trabalho contraiu 3,1%.

Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o recuo reflete a tendência de queda que já era observada nos últimos trimestres. “No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, explica.

No trimestre, o número de ocupados foi estimado em 95,2 milhões e ficou estável frente aos três meses anteriores. Com isso, também houve estabilidade no número de ocupação (pessoas com idade para trabalhar e que estão ocupadas).

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a estabilidade do contingente de ocupados pode estar retornando ao padrão anterior à pandemia da Covid-19, quando havia uma retração da população.

“Se observarmos a série histórica, veremos que, desde o seu início, houve queda no número de pessoas ocupadas nesse período. Agora não tivemos queda, mas essa perda de fôlego neste ano pode indicar a retomada desses padrões sazonais”, acrescenta Beringuy.

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.511, mostrando uma estabilidade ante o trimestre anterior, mas o menor já apresentado em um trimestre encerrado em fevereiro.

“Nos trimestres anteriores, o rendimento médio estava em queda. A estabilidade desse trimestre pode estar relacionada à diminuição no número de trabalhadores informais, que têm menores rendimentos, e ao aumento de trabalhadores com carteira assinada no setor privado”, explica.