Economia

Mercadante: BNDES precisa dobrar a participação no PIB do Brasil

Ele disse que o objetivo é fazer com o que o banco volte "a ser o que era no primeiro governo FHC"

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, reforçou nesta quarta-feira (7) a meta de dobrar a participação que o banco público tem no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mas ressaltou que fará isso com cautela. Ele disse que o objetivo é fazer com o que o banco volte “a ser o que era no primeiro governo FHC”.

Ao ser questionado sobre a possibilidade do programa Nova Indústria Brasil ultrapassar os R$ 300 bilhões anunciados para financiamento para indústria – R$ 250 bilhões que virão do BNDES – o presidente do BNDES reforçou que espera aumentar a participação do banco público na economia brasileira de 1% para 2%, e levar ao banco ao patamar que tinha no primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Queremos que o BNDES volte a ser o banco que era no primeiro governo FHC, que era 2% do PIB. Hoje está em 1%. Precisa dobrar. Mas dobrar com pé no chão, com instrumento de mercado, em parceria com o mercado de capitais e o setor privado, com recursos privados para trazer para o setor público”, afirmou Mercadante, em participação em evento do BTG Pactual, em São Paulo.

Mercadante também voltou a rebater críticas ao programa de reindustrialização apresentado pelo governo, disse que o país precisa superar o “trauma” sobre o passado do BNDES e elogiou pela segunda vez o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto.

No início da semana, ele reconheceu o trabalho do BC na liderança de crédito para cooperativas. Dessa vez, o presidente citou a declaração de Campos Neto, também em evento do BTG, sobre expectativa de crescimento do PIB:

“Fiquei feliz de ver o Roberto Campos vir aqui dizer que achava que o crescimento não seria inferior a 2%. Muito positivo. Essa é a segunda vez que elogio o Banco Central”, disse Mercadante.

Com informações do jornal “O Globo”.

BNDES projeta desembolsar de R$ 130 bi a R$ 160 bi em 2024

O BNDES deverá liberar de R$ 130 bilhões a R$ 160 bilhões de desembolsos em 2024, conforme projeções iniciais citadas pelo diretor Planejamento e Estruturação de Projetos da instituição de fomento, Nelson Barbosa. Em 2023, o valor estimado variou entre R$ 115 bilhões e R$ 120 bilhões.

A confirmação da projeção de avanço em 2024 ainda depende da demanda por crédito, que passa por uma recuperação nos investimentos, completou o executivo. Barbosa vê um cenário positivo para os investimentos em 2024, com ajustes cíclicos, como a redução das taxas de juros, não só no Brasil, mas também no exterior.

Até setembro, o BNDES aprovou R$ 95 bilhões em novos financiamentos, alta real, já descontada a inflação, de 37%, o que sinaliza para mais desembolsos nos próximos anos.