Morgan Stanley está otimista com Brasil; entenda

A aposta se concentra no mercado local e na contratação de executivos seniores.

O cenário macroeconômico brasileiro está deixando a maior parte do mercado receoso, mas a companhia global de serviços Morgan Stanley tem uma perspectiva muito otimista para o país e já se prepara para as futuras oportunidades. A aposta se concentra no mercado local e na contratação de executivos seniores, além da movimentação de talentos internos.

Para reforçar o relacionamento com as empresas, o banco norte-americano montou uma equipe. O consultor sênior será Nicola Calicchio, que já fez carreira na McKinsey e no SoftBank. Entre os membros também estará Alberto Fernandes, ex-Itaú BBA, e Cássio Casseb, ex-Banco do Brasil. As informações foram recolhidas do Valor.

Já para compor cadeira de diretora-executiva vem Marjorie Goichberg, ex-CEO da companhia de software Affinity. Ela será responsável pela cobertura de consumo e varejo de investimento. Já Marília Carvalho, que atuava como diretora na área de mercado de capitais, passará a ser diretora de operações (COO) na América Latina.

“Todas as movimentações mostram o comprometimento do banco com o Brasil”, destaca Alessandro Zema, que chefia o Morgan Stanley no país e foi nomeado corresponsável pela operação de banco de investimento na América Latina. A companhia completa 25 anos em 2022. “Temos visão de longo prazo no Brasil, independentemente da volatilidade”, acrescenta.

Para o executivo, o desenvolvimento do mercado de capitais e o processo de sofisticação do investidor brasileiro vieram para ficar e vão crescer – e a partir daí surgem as oportunidades para o banco.

“O mercado local é um dos poucos em que os investidores do private [banking] têm a maior parte do patrimônio no próprio país, mas hoje estão diversificando para além do Brasil”, declara Zema. “Com a asset, queremos capturar uma fatia maior dos recursos que estão sendo investidos offshore”.

Embora o mercado esteja fechado para estreia na bolsa, mas na visão do banco a maré pode virar rapidamente com as eleições. Não é preciso saber quem será o vencedor para ter certeza de que os IPOs voltarão, basta ter mais visibilidade sobre o que os candidatos pensam em relação à questão fiscal. “Precisamos ter uma visão clara dos cenários. E há chance de isso ocorrer em tempo hábil para o ano ter ainda bastante atividade em mercado de capitais”.