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Cemig (CMIG4) e CVC (CVCB3) são destaques do último pregão de 2023

O desempenho das companhias foi afetado de formas opostas pelos anúncios do dia

As ações da Cemig (CMIG4) e CVC (CVCB3) foram os destaques da última sessão do Ibovespa de 2023, realizada nesta quinta-feira (28). Enquanto e elétrica liderou os ganhos avançando 1,95%, a agência de viagens seguiu o caminho oposto, com queda de 12,71%, a mais acentuada do dia.

O desempenho das duas companhias foi afetado de formas opostas pelos anúncios que repercutiram ao longo do dia. O primeiro deles foi a divulgação dos dados de inflação mais fortes do que o esperado no Brasil, sobretudo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro.

Além disso, o mercado reagiu ao anúncio de novas medidas fiscais feito por Fernando Haddad. O ministro da Fazenda destacou que a equipe econômica continuará a perseguir a meta de déficit primário zero em 2024. Em coletiva de imprensa, ele apresentou um pacote de compensações à desoneração da folha de pagamento, composto por propostas que serão enviadas pelo governo ao Congresso por meio de uma medida provisória (MP).

A Cemig se beneficiou do sentimento de cautela do mercado sobre ativos do setor elétrico, considerados mais defensivos. O analista da Ajax Asset Gabriel Simon explica que diversas empresas elétricas têm contratos baseados no IPCA, o que traz maior segurança após a alta do indicador.

O desempenho da CVC é atribuído a sensibilidade dos papéis da companhia aos juros futuros e incertezas da pauta fiscal do governo.

Ibovespa tem melhor desempenho desde 2019

O Ibovespa encerrou 2023 com saldo positivo. Nos últimos 12 meses, o principal índice acionário brasileiro acumulou alta de mais de 22%, a maior desde 2019, último período antes da pandemia da Covid-19.

Na última sessão do ano, nesta quinta-feira (28), a bolsa fechou em queda de 0,01%, aos 134.185 pontos, a maior pontuação em termos nominais (sem considerar a inflação) já observada na história do indicador.

Um fator importante que ajudou a impulsionar o índice veio do exterior, com o alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A visão de que o Fed (Federal Reserve) encerrou o ciclo de aperto monetário nos EUA e deve começar a reduzir os juros em 2024 contribuiu para esse cenário.

Mas o cenário interno também pode explicar o desempenho histórico. O ciclo de cortes da taxa Selic promovido pelo BC (Banco Central) no segundo semestre, que deve continuar no próximo ano, diante do alívio na inflação, foi importante para o Ibovespa. Além disso, o Congresso Nacional aprovou uma reforma tributária e um novo arcabouço fiscal, e o PIB do país encerrou o ano com um crescimento mais robusto do que o esperado.