FIIs não devem ser impactados por novo MCMV

Investidores de Fundos Imobiliários não devem usufruir do resultado das vendas do Minha Casa Minha Vida

Na última sexta-feira (7) entraram em vigor as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida. A iniciativa do governo eleva o valor do subsídio para quem ganha até R$4.400 e diminui a taxa de juros para o financiamento da casa própria. 

Apesar do provável aumento na compra de imóveis, investidores de FIIs Fundos Imobiliários não devem usufruir do resultado dessas vendas. Especialistas ouvidos pelo BP Money, afirmam que serão poucos os FIIs que irão se beneficiar do programa. 

O consultor de Valores Mobiliários e cofundador do Fundamentei, Eduardo Cavalcanti, acredita que as novas regras irão estimular o setor imobiliário, mas as mudanças não devem influenciar de forma relevante estes fundos.

“De acordo com dados dos últimos relatórios divulgados pelos fundos, pouquíssimos possuem alguma ligação com o programa Minha Casa Minha Vida, sendo a maioria considerada do tipo “papel”, que basicamente investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)”, explicou Cavalcanti. 

A mesma opinião é compartilhada pelo fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, Ricardo Brasil, que vê na queda de juros um atrativo para ainda maior para a compra da casa própria nos próximos meses. 

“Os juros já devem baixar de toda forma com a taxa Selic que deve cair no Brasil. Então, não vejo que essa mudança no programa traga nenhuma vantagem em especial para o investidor de FII”. 

Quem deve se beneficiar

O mercado de FIIs vai bem no Brasil, de acordo com o especialista em investimentos imobiliários e diretor da Neoin, Jonata Tribioli. Ao BP, ele disse que o índice de fundos imobiliários da B3 atingiu 3.100 pontos voltando aos níveis pré-pandemia e caminha para a 10º semana seguida de alta e indo na direção da máxima histórica de 3.200 pontos.

 Ele avalia que empresas do setor listadas na Bolsa de Valores como MRV (MRVE3), Plano e Plano (PLPL3), Cury (CURY3), RNI (RDNI3) e Direcional (DIRR3),  que possuem uma boa parte de suas operações atreladas ao segmento de baixa renda terão suas margens de lucro impactadas positivamente pelo programa. 

“As construtoras de baixa renda tem potencial para aumentar a demanda e de apresentar expansão na margem bruta operacional. Muitas irão aumentar os preços de vendas para obter mais margens e aproveitar o momento.A expectativa é que o preço de venda pode aumentar em média 14% enquanto as faixas mais baixas do mcmv teriam uma melhora de 18%”, projetou Tribioli. 

Novo Minha Casa Minha Vida

As novas regras do programa Minha Casa Minha Vida, que começaram a valer na última sexta, buscam trazer mais facilidade na compra da casa própria. Nas faixas 1 (até R$2.640) e 2 (R$4.400), o subsídio do governo passou de até R$47,5 mil até R$55 mil, sendo o valor máximo dos imóveis entre R$190 mil e R$264 mil, a depender da região do país.

As taxas de juros para estas duas faixas se configuram da seguinte forma: nas regiões Norte e Nordeste, passou de 4,25% para 4% ao ano e nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, passou de 4,5% ao ano para 4,25%.

A faixa contempla famílias com  renda bruta mensal entre R$4.400,01 até R$8 mil. Nesta faixa não há subsídio do governo, mas o valor máximo dos imóveis é de R$350 mil e os juros seguem de, no máximo, 8,16% ao ano.