Esquema de fraude de títulos

Ex-banqueiro do escândalo dos ‘títulos de atum’ se livra da prisão; entenda

Pearse foi sentenciado pelo juiz distrital dos EUA, Nicholas Garaufis, em Brooklyn, Nova York

Andrew Pearse, ex-banqueiro do Credit Suisse Group (Foto: Reprodução/ redes sociais)
Andrew Pearse, ex-banqueiro do Credit Suisse Group (Foto: Reprodução/ redes sociais)

Andrew Pearse, ex-banqueiro do Credit Suisse Group, que admitiu sua participação em um esquema de suborno envolvendo uma fraude de títulos de US$ 2 bilhões em Moçambique, escapou de uma pena de prisão após atuar como testemunha chave para o governo em dois julgamentos nos EUA.

Pearse foi sentenciado, na última quinta-feira (8), pelo juiz distrital dos EUA, Nicholas Garaufis, em Brooklyn, Nova York, no que ficou conhecido como o escândalo dos “títulos de atum”, devido aos projetos marítimos fraudulentos, incluindo uma frota pesqueira. 

A sentença foi mais uma formalidade, significando que ele não enfrentará pena alguma. Conhecido por um juiz federal como o “Goldfinger” de James Bond, Pearse poderia ter recebido uma pena de até 12 anos de prisão por seu envolvimento na fraude. 

Em 2019, ele se declarou culpado por receber US$ 63,7 milhões em subornos relacionados a três empréstimos feitos a Moçambique. O esquema levou o país africano a uma grave crise econômica, com centenas de milhões de dólares sendo desviados dos cofres públicos.

Credit Suisse recebe multa milionária no escândalo dos títulos

O Credit Suisse foi multado em mais de US$ 500 milhões em penalidades globais para resolver as investigações sobre sua participação no escândalo, conforme informado pelos promotores.

A multa é parte de um esforço mais amplo para responsabilizar as empresas envolvidas em fraudes financeiras de grande escala.

Em 4 de março, a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido impôs uma proibição a Andrew Pearse e a outro ex-banqueiro, devido aos seus papéis na organização dos empréstimos fraudulentos que levaram à crise financeira em Moçambique.

No julgamento dos Estados Unidos de 2019, um funcionário do Privinvest Group foi absolvido das acusações de fraudar investidores no esquema de títulos. O julgamento refletiu as complexas dinâmicas legais e as dificuldades de acusar os envolvidos em tais grandes esquemas financeiros.

Quando o UBS Group AG adquiriu o Credit Suisse em 2023, em meio a uma crise bancária global, a instituição herdou o caso. A fusão também trouxe implicações significativas para o UBS, que teve de lidar com a responsabilidade pelas ações do Credit Suisse e suas repercussões no cenário financeiro internacional.

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