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Americanas (AMER3) envia à Justiça provas contra antiga diretoria

A Americanas protocolou nova manifestação ao processo de Produção Antecipada de Provas movido pelo Bradesco

A Americanas (AME3R) protocolou nesta segunda-feira (18) nova manifestação ao processo de Produção Antecipada de Provas movido pelo Bradesco (BBDC4) em que traz mais evidências de que a antiga diretoria omitia informações sobre a existência de Risco Sacado.

Uma dessas provas, segundo a varejista, está em uma planilha, que teria sido levada pela antiga diretoria à apreciação do Comitê Financeiro em novembro de 2022 e que escondia o volume real das dívidas existentes com os bancos nesta categoria de empréstimo.

Nesta planilha, o grau de endividamento financeiro bruto era muito menor do que se descobriu ser o verdadeiro valor: perto de R$ 17 bilhões no final de 2022 e com projeção de queda para os anos seguintes. “Uma simples comparação com o Quadro Geral de Credores mostra essa distorção. No caso do Bradesco, por exemplo, o endividamento informado nesta planilha era de cerca de R$ 989 milhões, enquanto a dívida do Banco, incluindo o Risco Sacado, equivale a cerca de R$ 5 bilhões, segundo a lista que consta no processo de Recuperação Judicial”, diz a Americanas.

No mesmo documento enviado à Justiça, a Companhia também detalha o processo de criação do Programa de Antecipação de Fornecedores (PAF) e mostra que o mesmo não tem qualquer relação com o tema Risco Sacado, como o Bradesco alegou em petição judicial.

A Americanas responde também à acusação do Bradesco de que promoveu obstáculos para dificultar o andamento do processo. No documento, a companhia aponta as falhas dessa narrativa e reitera as razões de ter solicitado a suspensão do mesmo à Justiça. A Americanas lamenta que a instituição esteja se valendo da falsa narrativa trazida pelo principal acusado de ter conduzido a fraude na empresa para fazer acusações infundadas e desprovidas de provas contra a Companhia.

CPI vota relatório final nesta terça

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura possível fraude contábil na Americanas reúne-se, nesta terça-feira (19), para discutir e votar o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).

O texto foi apresentado no último dia 5, mas não foi apreciado devido a um pedido de vista coletivo. O prazo para conclusão do trabalhos encerra-se em 26 de setembro.

Em seu parecer, Chiodini sugere quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção em empresas privadas, de modo a evitar fraudes.

O texto, entretanto, não apresenta nenhuma conclusão quanto a possíveis responsáveis no caso da Americanas. Chiodini argumenta que os inquéritos policiais estão em curso e ainda não há elementos suficientes para incriminar ninguém. O relator considera que seria imprudente fazer acusações sem provas conclusivas.

A reunião será realizada às 15 horas, no plenário 7.