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Azul (AZUL4) despenca após anúncio de conclusão de renegociação

As ações da Azul (AZUL4) estão com forte baixa na sessão do Ibovespa desta segunda-feira (2)

As ações da Azul (AZUL4) estão com forte baixa na sessão do Ibovespa desta segunda-feira (2). Às 15h15 (horário de Brasília) os papéis da companhia aérea recuavam 3,93% contados a R$ 13,91.

O desempenho negativo vem mesmo após a empresa anunciar a conclusão das negociações de reestruturação que tinha com a maioria dos seus arrendadores e fabricantes de aeronaves, parte de uma reestruturação que incluiu alongamento de vencimentos de dívida e captação de capital adicional.

Nesse sentido, os acordos da Azul integram a eliminação de obrigações de arrendamento anteriormente deferidas durante a pandemia, além de uma redução permanente nos pagamentos de arrendamento dos valores originais para taxas atuais de mercado.

A queda é atribuída a alta do dólar e ao recente avanço do petróleo, os ativos recuam mesmo com a notícia de que a empresa conclui o processo de reestruturação de obrigações com a maioria de seus arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos originais. Concorrente direta da Azul, a Gol (GOLL4), por sua vez, caía 3,78%, a R$ 6,36.

Reestruturação da Azul

A Azul estimou que a reestruturação resultará em uma redução de mais de R$ 1 bilhão por ano nos pagamentos de arrendamento no futuro. Como parte desses acordos, a companhia aérea emitiu notas sem garantia no valor de 370 milhões de dólares, com uma taxa de juros de 7,5% e vencimento em 2030. Ao mesmo tempo, a empresa concordou em conceder aos arrendadores e fabricantes até 570 milhões de dólares em ações preferenciais da empresa, avaliadas em R$ 36 cada.

As ações da Azul negociadas em São Paulo fecharam a R$ 14,48 na sexta-feira, alta de 31,5% até agora neste ano. No entanto, ainda muito abaixo dos níveis pré-pandemia, quando foram negociadas acima de R$ 60 no início de 2020. As ações envolvidas no negócio serão emitidas trimestralmente, disse a Azul, começando no terceiro trimestre de 2024 até o final de 2027.

“Ao longo deste período, se no momento da aferição o preço das ações preferenciais da Azul estiver abaixo de R$ 36, a Azul poderá compensar a diferença através da emissão de ações preferenciais adicionais, ou através de liquidação em dinheiro, ou através da emissão de novos instrumentos de dívida”, afirmou a companhia. “Se o preço de negociação das ações preferenciais da Azul for superior a determinados limites, o número de ações será limitado a esses limites e a diluição será, portanto, menor”, acrescentou.