Abertura do mercado

Ibovespa abre em queda com risco fiscal no radar; dólar sobe 1%

A recente mudança nas expectativas orçamentárias apresentada na véspera não agradou o mercado

(foto: freepik)
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, iniciou a sessão desta terça-feira (16) em queda com meta fiscal no radar dos investidores. Isso porque a recente mudança nas expectativas orçamentárias apresentada na véspera não agradou o mercado. 

Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o índice apresentava queda de 0,54%, aos 124.658  pontos.

Neste mesmo período, o dólar comercial avançou 1,05%, cotado a R$ 5,23 

Ibovespa segue queda da véspera com pessimismo do mercado

A performance do Ibovespa deve se manter afetada na sessão desta terça-feira (16) pela questão fiscal, que volta a ser o foco das preocupações, especialmente após a revisão das metas fiscais nos próximos anos no projeto da LDO/2025. 

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025 gerou percepção de que cortes de despesas não estão sendo considerados, o governo não está disposto a sacrifícios e o ajuste das contas públicas será mais demorado do que o previsto, evidenciando a fragilidade do arcabouço fiscal.

Os investidores acompanhando as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Washington 

O ministro está programado para discursar na abertura de um evento sobre finanças sustentáveis e tem outro compromisso marcado na Câmara de Comércio dos EUA, onde irá abordar o tema “Investindo na América Latina e as reformas econômicas do Brasil”.

No cenário nacional, a proposta do governo de zerar a meta de superávit primário para 2025 ainda está sendo debatida, levando em consideração a necessidade de reduzir o esforço fiscal para atingir essa meta.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também em Washington, comentou sobre o assunto, enfatizando que uma mudança na meta fiscal não seria o ideal e que quaisquer alterações deveriam ser amplamente comunicadas.

Focus tem 1ª alta de Selic de 2024

Na pré-abertura, o mercado acompanhou a divulgação do boletim Focus, que pela primeira vez no ano apresentou expectativa de alta na Selic (taxa básica de juros).

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira neste ano voltou a cair, agora de 3,76% para 3,71%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado hoje com estimativas coletadas até o fim da semana passada. 

Para 2025, a mediana das expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu de 3,53% para 3,56%. Para 2026, permaneceu em 3,50%.

EUA

Os futuros das bolsas de Nova York indicam uma abertura em território positivo hoje, após os recentes declínios acentuados.

A atenção dos investidores estará voltada para os pronunciamentos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, marcados para as 14h15, especialmente após os dados surpreendentes das vendas no varejo de março, divulgados ontem com um aumento de 0,7%, reforçando a percepção de uma economia em crescimento.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,51%

S&P 500 Futuro: +0,07%

Nasdaq Futuro: -0,28%

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas fecharam em baixa significativa, impactados pelas persistentes tensões no Oriente Médio e por dados econômicos mistos da China.

A maior preocupação é que uma escalada do conflito no Oriente Médio impulsione os preços do petróleo, aumente a inflação e atrapalhe os planos de grandes bancos centrais de começar a reduzir as taxas de juros.

Shanghai SE (China), -1,65%

Nikkei (Japão): -1,94%

Hang Seng Index (Hong Kong): -2,12%

Kospi (Coreia do Sul): -2,28%

ASX 200 (Austrália): -1,81%

Bolsas europeias

Enquanto isso, as bolsas europeias operam com forte queda, com os investidores monitorando de perto os desenvolvimentos no Oriente Médio.

As tensões geopolíticas estão elevadas após o extenso ataque do Irã contra Israel, que por sua vez prometeu retaliar, mas indicou que poderia aguardar o momento certo para agir.

FTSE 100 (Reino Unido): -1,51%

DAX (Alemanha): -1,46%

CAC 40 (França): -1,30%

FTSE MIB (Itália): -1,73%

STOXX 600: -1,43%