Ibovespa abre em queda puxado por sentimento negativo do exterior; dólar avança

Produção Industrial no Brasil e dados de serviços na Europa ficam no radar dos acionistas

O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira (5). Por volta das 10h04 (de Brasília), o índice recuava 0,72% a 97.899 mil pontos, puxado pela influência negativa do mercado internacional. Enquanto isso, o dólar registra novas altas no início do pregão.

A volta dos mercados acionários dos EUA após o feriado local da Independência na última terça-feira (4) influenciou negativamente o Ibovespa.

Vindo de duas semanas com perdas acumuladas, as bolsas norte-americanas operam com índices futuros em baixa desde o início do pregão na Europa e regulam o sentimento de temor a uma recessão econômica.

Apesar disso, o dólar opera em alta na manhã desta terça (5). Às 10h07 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 0,60%, vendida a R$ 5,361. 

Enquanto isso, o mercado brasileiro está agitado nesta terça (5). Os investidores digerem a publicação do Índice de Produção Industrial, vinculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado apresentou alta de 0,3% no mês de maio na comparação com abril, abaixo das expectativas de aumento de 0,5% do mercado.

Na comparação anual, a produção subiu 0,5%, em que as estimativas – sem ajustes – variavam de um recuo de 1,1% a alta de 2,7%, com mediana positiva de 0,7%.

Já na pauta da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) a situação continua quente. De acordo com informações do “Estadão”, a implementação de novas concessões ao projeto pode ser negada pelo Ministério da Economia.

O receio do órgão comandado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, aumentou após o relator do projeto, Danilo Forte, estipular o aumento do custo da PEC dos Combustíveis para até R$ 50 bilhões, de acordo com apuração do “Estadão”.

Além  disso, os acionistas aguardam também a divulgação do PMI (Índice de Gerentes de Compras) composto de junho e das vendas de veículos novos, motos e máquinas agrícolas, realizadas pela Fenabrave. 

Na Europa, o temor às altas inflacionárias na região se intensificaram nesta terça (5), o que resultou numa performance muito negativa das bolsas até aqui.

Os resultados do PMI composto da zona do euro foram desanimadores para os mercados acionários da região. O índice caiu para 52% no mês de junho, menor patamar desde março do ano passado.

Os desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia voltam a assombrar os investidores, que esperam com cada vez mais receio a elevação de juros por parte do BCE (Banco Central Europeu).

Além disso, o Euro atingiu seu menor nível ante o dólar nos últimos 20 anos. A última vez em que a comparação foi menor havia sido em 2002.

– DAX (Alemanha), -2,35%
– FTSE 100 (Reino Unido), -2,13%
– CAC 40 (França), -2,42%
– FTSE MIB (Itália), -0,62%

Em contrapartida, os mercados da Ásia finalizaram o pregão desta terça-feira (5) majoritariamente em alta, impulsionados pelos dados industriais positivos na China.

A pesquisa divulgada pelo S&P Global/Caixin Media – veículo de imprensa chinês – registrou a alta de 13,4% no mês de junho em comparação com maio.

O índice, que marcava 41,1% no quinto mês do ano, passou para 54,5% ao fim do primeiro semestre.

A notícia foi positiva para os investidores da região, que somaram perdas no último pregão após o governo chinês anunciar novos lockdowns no país.

Agora, os acionistas aguardam o encontro do vice-premiê da China, Liu He, com a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

– Nikkei (Japão), +1,03%
– Kospi (Coreia do Sul), +1,80%
– Hang Seng Index (Hong Kong), +0,10%
– Shanghai SE (China), -0,04%

De volta ao mercado corporativo do Brasil, a Tenda (TEND3) informou que os titulares das dívidas de mercado da companhia aprovaram, na última segunda-feira (4), novos termos e condições para os instrumentos de dívida utilizados pela construtora.

No cenário da distribuição de dividendos e JCP (Juros Sobre Capital Próprio), Ambipar (AMBP3), Movida (MOVI3) e MRV (MRVE3) realizarão o pagamento de seus proventos nesta terça-feira (5).

Enquanto isso, a Blau Farmacêutica (BLAU3) confirmou a aprovação do pagamento de JCP no montante de R$ 28,6 milhões. O valor será distribuído em R$ 0,1594 por ação.

Por fim, os desdobramentos da agora privada Eletrobras (ELET6) seguem no radar do Ibovespa. A companhia anunciou que terá no dia 5 de agosto a Assembleia Geral dos Acionistas para definir os novos membros de seu Conselho de Administração.