Exclusivo: KPE "some", dívida segue e funcionários vão à Justiça

Na Justiça, a KPE Engenharia alegou estar "sem caixa". Dívida se arrasta por meses

A situação envolvendo a KPE Engenharia e seus funcionários demitidos parece estar longe do fim. O BP Money apurou que a dívida da empresa ainda não foi quitada, e que alguns trabalhadores entraram na Justiça contra a construtora. 

De acordo com fontes ouvidas pelo site, a empresa sumiu e já não mais responde aos questionamentos dos funcionários demitidos. Os que entraram na Justiça e tiveram audiência, ouviram a alegação de que a KPE está “sem caixa”. 

A reportagem também apurou que novas demissões foram realizadas depois de março, mas não conseguiu precisar o número de saídas até o presente momento. Funcionários cobram os valores das rescisões, que se arrasta desde dezembro de 2022. 

Em março, o BP Money trouxe com exclusividade a informação de que a KPE Engenharia havia demitido todo o seu staff, além de não ter realizado pagamentos de salários atrasados de funcionários e de fornecedores de obras. 

O BP Money entrou em contato com a KPE Engenharia e com a Coesa, que recentemente realizou a compra da construtora, mas não obteve retorno até o momento em que a matéria foi publicada. 

KPE Engenharia é vendida para a Coesa

Em abril, a reportagem apurou que a Coesa realizou a compra da KPE Engenharia. Ambas empresas fizeram parte do Grupo OAS Empreendimentos.

Segundo o colunista Lauro Jardim, do “O Globo”, os novos donos adquiriram a construtora a custo zero. No entanto, eles herdarão as dívidas da empresa. De acordo com ele, já em agosto, vencerá um débito de R$ 42 milhões.

Kpe Engenharia foi criada pela antiga empreiteira OAS

Em busca de apagar o histórico de envolvimento com esquemas de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, a empreiteira OAS mudou seu nome no início de 2021, quando passou a se chamar Metha para, em seguida, criar a construtora KPE Engenharia.

A OAS foi uma das principais empreiteiras envolvidas no escândalo de propinas a políticos e diretores da Petrobras em troca de contratos com a estatal.

Em novembro de 2019, o grupo OAS assinou um acordo de leniência com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria Geral da União (CGU), no qual aceitou pagar R$ 1,92 bilhão até 2047. Os valores serão destinados à União, no valor de R$ 1,03 bilhão, e às “entidades lesadas” (empresas estatais).

Em março de 2020, a Justiça de São Paulo decretou o fim do processo de recuperação judicial da OAS. O grupo havia iniciado o processo em abril de 2015, na esteira dos desdobramentos da Lava Jato.